Para alinhar estratégias de enfrentamento aos sinistros de trânsito, representantes da Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e da Rede de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) se reuniram na manhã desta quarta-feira (7). A iniciativa integra a campanha Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização pela segurança viária, que neste ano traz o tema “Mobilidade humana, responsabilidade humana”.
Durante o encontro, a coordenadora do Núcleo de Educação para o Trânsito, Narjara Brandão, destacou a importância da união entre os setores. “O momento é de conscientização e, principalmente, de ação conjunta para salvar vidas”, afirmou.
Dados apresentados pelo coordenador e enfermeiro do SAMU, Manoel Wilson, revelam o crescimento preocupante nas ocorrências de trânsito ao longo dos anos. Em 2014, ano de implantação do serviço, foram registrados 1.137 atendimentos. Em 2024, esse número saltou para 4.245, dos quais 1.791 estavam ligados a sinistros de trânsito, 90,28% envolvendo motocicletas.
As causas mais comuns incluem quedas, colisões entre motos, batidas entre carros e motos, além de acidentes com animais. A faixa etária mais afetada é a de 21 a 30 anos, seguida pelos grupos de 15 a 20 e de 30 a 40 anos.
Comparando o primeiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2025, os números indicam uma redução: foram 405 ocorrências no ano passado contra 276 neste ano. O secretário de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão, Hipólito Gomes, atribui a queda ao trabalho integrado dos agentes de trânsito, dos Patrulhões e das forças de segurança, por meio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM).
Em relação aos óbitos, a coordenadora da Rede de Urgência e Emergência, Flávia Loiola, informou que, em 2024, o município registrou 236 mortes, das quais 82 foram causadas por sinistros de trânsito. “Estamos diante de um grave problema de saúde pública, que vai além da dor pessoal e familiar, impacta a economia e sobrecarrega o sistema de saúde”, alertou.
Emocionado, o secretário Hipólito compartilhou sua história pessoal e reforçou o compromisso da gestão: “Perdi minha mãe e meu irmão em um sisnistro de trânsito aos 14 anos. Por isso, sei da dor e da responsabilidade que carregamos. Vamos intensificar as ações nos bairros e horários com maior número de ocorrências. Prevenir é o nosso dever”, frisou.
Sinistro, não acidente: uma mudança de consciência
A substituição do termo “acidente de trânsito” por “sinistro de trânsito” reflete uma nova forma de enxergar a realidade nas vias. Enquanto “acidente” sugere algo imprevisível, “sinistro” reforça que muitos desses episódios são consequência de escolhas humanas, como excesso de velocidade, imprudência ou desrespeito às leis.
A mudança, respaldada pela norma ABNT NBR 10697:2020 e pela Lei 14.599/23, busca estimular a responsabilidade dos condutores e fortalecer a cultura da prevenção.
Texto: Sara Nascimento / Foto: Lucas Fernandes
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