O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 será aplicado nos dias 21 e 28 de novembro deste ano. A exatos 5 meses da prova, ainda dá tempo de se preparar sozinho em casa e ter um bom resultado?
Abaixo, confira dicas voltadas principalmente a quem, na pandemia, não pode contar com a ajuda de professores ou de cursinhos pré-vestibulares.
1- Monte um calendário (e considere imprevistos)
Até o dia 31 de maio, antes de o ministro falar as datas do Enem no Twitter, os candidatos nem sequer sabiam se fariam a prova ainda neste ano ou só em 2022. Depois, com a publicação do edital e a confirmação do calendário, tornou-se possível pensar em como dar conta, no tempo que resta até a avaliação, de todos os conteúdos cobrados nela.
“O cronograma precisa ter essa margem de segurança, para que você garanta que vai chegar ao Enem sem o risco de ter ficado sem estudar algum conteúdo”, explica Márcio Guedes, coordenador do curso Poliedro, em São José dos Campos (SP).
2- Escolha um material didático principal
Imagine distribuir, no seu cronograma, os conteúdos de matemática, física, química, história, geografia, biologia, linguagens… Não é fácil, sem a ajuda de um professor, montar um programa de estudos.
Uma boa dica é escolher um material didático no qual se basear.
Nada impede, claro, que você use outros materiais como apoio – vídeos avulsos, filmes ou sites específicos, por exemplo.
Levantamentos dos temas mais abordados no Enem também podem ser úteis para eleger os conteúdos prioritários no seu cronograma. Tópicos como “Segunda Guerra Mundial” e “República Velha”, por exemplo, foram abordados com mais frequência nos últimos anos do que “sistema colonial”, segundo levantamento do Poliedro. (veja tabelas)
3- Faça simulados em casa
Todas as provas antigas do Enem estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Elas são um ótimo instrumento para estudar, diz o professor Heitor Ribeiro, coordenador do Curso Anglo.
Ele recomenda organizar, com frequência, um simulado com a mesma duração da prova: de 5h a 5h30. Pode ser no seu quarto, em silêncio, com um lanchinho e uma garrafinha d’água. Dessa forma, você pode adquirir condicionamento físico e mental.
4- Treine escrever redações e leia exemplos ‘nota mil’
Você já deve imaginar que escrever, a cada semana ou quinzena, uma redação nos moldes do Enem é fundamental para ter um bom desempenho na prova. Mas, se está estudando sozinho em casa, como saber que está no caminho certo?
Uma recomendação é ler os textos que receberam nota máxima nas edições anteriores (veja exemplos do Enem 2020). “Você pode comparar com o que escreveu e ver se está próximo daquele formato”, recomenda Ribeiro.
Guedes, do Poliedro, dá ainda mais uma ideia. “Sei que existe uma limitação de grana. Mas vale a pena juntar um dinheiro, se possível, e contratar um professor particular para corrigir três textos e dar uma devolutiva com dicas de escrita”, afirma. “E é bom ficar de olho em iniciativas gratuitas na internet, com correção de textos para os candidatos que não podem pagar a mensalidade de um cursinho.”
A pressão que candidatos do Enem sofrem já costuma ser grande no ano em que farão o exame. Durante a pandemia, outras preocupações somam-se a essa ansiedade típica do vestibulando: medo de contrair Covid-19, aumento do desemprego e das dificuldades financeiras, luto pela perda de familiares e amigos, redução nas possibilidades de lazer…
É ainda mais importante, portanto, cuidar da saúde psíquica. “O aluno que se sobrecarrega pode acabar piorando seu estado emocional. Caso não esteja em um bom dia, não se obrigue a fazer um simulado exatamente nessa data”, diz Guedes. “Ouça seu corpo sinalizando que você não está bem.”
Ele também contraindica mudanças bruscas na rotina.
E, por último, Guedes sugere conversar com outras pessoas que estejam passando pela mesma etapa. Pode ser em chamada de vídeo ou por mensagem escrita, por exemplo.
“É bom trocar experiências e tirar dúvidas. Quando você está no cursinho, vê que um aluno tem dificuldade, que outro não conseguiu estudar tanto. Em casa, a sensação de solidão é maior. Faz bem criar uma comunidade e perceber que outras pessoas estão passando pelas mesmas dificuldades que você“, afirma o professor.
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