Após 14 anos no ar, faz dois meses que dei uma pausa no blog AS FALAS DA PÓLIS para poder me concentrar em um novo projeto editorial – depois de ter o portal AmazonLive censurado pelo juiz Heyder Tavares, a pedido do governador Helder Barbalho – mas confesso que estou tendo dificuldades em manter a atualização deste meu site de notícias, que desde quando surgiu, assim como o blog e o portal acima citado, sempre esteve entre os 10 mais acessados da região metropolitana de Belém, ranking esse onde destacam-se os principais veículos da imprensa paraense.

É que hoje não basta apurar, formular e escrever. O jornalismo nas plataformas digitais requer um certo conhecimento técnico de programação, SEO, formatação, etc.

Sem o suporte de uma equipe de profissionais de TI, revisores, analistas e outros escribas, um blog autoral ou um site de notícias tornam-se um trabalho hercúleo, cansativo e demorado. Tipo de coisa que só um workaholic aguenta.

Além disso, temos uma penca de blogs, portais e sites de notícias que exageram na exploração da violência, da vida de famosos, ou de imagens e vídeos de apelo sexual, tornando o noticiário em uma torre de Babel, repleta de futilidades, mas que por gerar clicks, atraem publicidade e, por consequência, alimenta financeiramente seus autores com verbas públicas e de empresas.

Um artigo esclarecedor, ou uma matéria investigativa, que requer de um certo tempo e dedicação, acabam sendo “vencidas” pelas chamadas apelativas, como uma perseguição policial que termina em morte e sangue jorrado no chão, por exemplo.

Isso sem falar das famosas Fake News, que são ampla e fartamente distribuídas por pessoas que não fazem ideia do quanto esse tipo de produto é nocivo às vidas alheias.

Estudiosos explicam que esse tipo de ‘notícia’ ganha notoriedade por ativar a curiosidade, o medo ou o prazer das pessoas, que consomem informações baseadas nessas sensações humanas.

Como dizíamos antes: Freud explica!

Por outro lado, tenho conversado com amigos jornalistas e defendido a tese de que se formos pensar um pouco para além desse nosso “mimimi”, podemos fazer disso uma oportunidade de nos destacarmos no “mercado da notícia”, utilizando nossa experiência de vida e profissional, sempre com um olhar diferenciado e mais dinâmico sobre os fatos que estão aí, borbulhando a toda hora, sejam em grupos de Whatsapp, ou nas redes sociais, hoje fontes indispensáveis para quem precisa e quer sobreviver nessa selva do jornalismo moderno, sobretudo do digital.

Isso tudo que as novas mídias nos oferecem parece contribuir com o trabalho jornalístico, onde a celeridade das informações, naquilo que chamamos de real time, ganha uma importância vital para quem investe para manter e ampliar sua audiência.

Mas como fazer isso, sem precisar apelar para temas sensacionalistas?

Isso, definitivamente, não é uma tarefa fácil.

Faltando um ano para o ápice da campanha eleitoral, qualquer notícia sobre gestores públicos é logo vista com desconfiança.

O termo Fake News é doce na boca de quem não gosta de uma notícia e rápida e futilmente tenta desacreditá-la, imputando-a o termo que significa “Notícia Falsa”.

Se você revela algo de podre de um político, te acusam de estar pago para detonar o cara. Se mostra um bom projeto, ou destaca uma iniciativa positiva, dizem que estás pago para falar bem do gestor ou do parlamentar em questão.

A fulanização do debate público fica sendo tua carapuça.

Pra piorar, a polarização entre esquerda e direita, faz com que sejas acusado de Lulista e Bolsonarista.

Basta que desagrade os seguidores destes, ou que uma matéria com uma análise apimentada, ou um artigo com críticas a qualquer desses candidatos ou suas respectivas doutrinas e ideologias e logo serás rotulado de partidário, comunista, direitoso, alienado, vendido, etc.

isso sem falar das tentativas de intimidação, com processos e ameaças que muitos profissionais da comunicação enfrentam no dia-a-dia.

Enquanto isso, a população é bombardeada com as mais diversas narrativas pró ou contra os conceitos vigentes e perspectivas que nunca nem sequer experimentamos no Brasil, como o socialismo e a economia liberal.

Nesse meio, a ignorância flerta com o autoritarismo e algumas pessoas passam a desejar um governo tirano, sem tribunais de justiça, sem parlamento e com as forças armadas no poder supremo.

Não tá fácil, mas vou tentar manter a produção de conteúdo e de divulgação de boas ideias e até de denúncias necessárias para o conhecimento da sociedade, sem me importar em disputar audiência com esses subterfúgios que muitos lançam mão para aumentar a audiência e serem remunerados, seja pela iniciativa privada ou de governos, com suas verbas publicitárias que acabam acorrentando muitos profissionais.

Para evitar isso, conto com a ajuda e parceria de quem considera importante termos um veículo de comunicação independente e diferenciado e portanto, possa contribuir de alguma forma com este trabalho, seja como um colunista, fonte de boas informações, um anunciante ou até mesmo como muitos, um colaborador que lê e nos indica, compartilhando de alguma forma, aquilo que acha importante para o conhecimento público.

Dito isso, este espaço está em permanente transformação, tendo nos próximos dias a inclusão de artigos e matérias sobre tecnologia, ciência política, comunicação digital e outros assuntos pelos quais seu editor se compromete a escrever com mais frequência, assim como ativar o Podcast e outras novidades para quem sempre está por aqui.

Vamos à luta!