O Período da Borracha (1879 – 1912) produziu seus frutos no Estado do Pará, em especial em Belém, que passou por uma grande transformação, sobretudo na área da construção civil, incluindo a edificação de praças, coretos, residências, prédios públicos e particulares para atender às necessidades dos seringalistas, dos comerciantes e da elite local daquela época. Essas construções contemplavam também a moda. Os bairros da Cidade Velha e Campina foram os mais beneficiados com obras daquele período.
Andar pelas ruas do Bairro da Campina, área comercial de Belém, é ter contato com essas edificações. Na Rua Santo Antônio, 132, por exemplo, quem passa por lá, é atraído pela Casa Comercial Paris N’ América, inspirada na galeria Lafayette, que foi construída com a finalidade de ser residência e ponto comercial do empresário português Francisco de Castro.
O empresário importou de países europeus todo o material necessário para a edificação do prédio como revestimento, objetos de decoração, espelhos, luminárias e azulejos. O projeto dessa obra foi assinado por Raimundo Viana. Fundada em 1870, a Casa Comercial Paris n’América foi construída em três pavimentos em estilo art nouveau.
Um dos destaque dessa construção é a escadaria que dá acesso ao mezanino. A escada é formada por dois tramos com um vazio central, decorado com uma estátua em bronze. Era neste local que aconteciam os desfiles de moda que tanto agradavam as damas da sociedade belenense.
Lá, eram comercializados produtos para atender os desejos daquelas mulheres que se inspiravam na moda parisiense. No local, elas encontravam para se embelezar produtos como roupas, perfumaria, maquiagem e tecido importados de Paris. A Casa é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico desde 1994.
A Casa Comercial Paris N’América continua vendendo produtos do ramos de confecções. O público pode apreciar a beleza dessa arquitetura no horário de funcionamento do Centro Comercial de Belém.
Quem já teve o privilégio de visitar o local foi Edvaldo Paixão. Ele é de Barcarena e disse que ficou encantado com os lustres, as peças de ferro utilizadas na confecção da escada, o piso, o teto todo cheio de enfeites, que caracterizam bem o estilo art nouveau.
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