Ao longo do mês de maio, a Brigada de Incêndio do ICMBio Carajás passou por um período de imersão e treinamento para a assimilação das práticas de Manejo Integrado/Intercultural do Fogo. A capacitação foi voltada para atividades específicas que os brigadistas vão desempenhar ao longo da atuação nas Unidades de Conservação. Assim, foram abordadas temáticas como a ecologia e comportamento do fogo, sistema de comando incidente, monitoramento dos efeitos do fogo, assim como da fauna e flora. Também foram feitas visitas de áreas passíveis para manejar o fogo para colocar em prática algumas técnicas aprendidas, como a queima prescrita e o aceiro negro.
O Treinamento em Serviço foi norteado pela metodologia do Manejo Integrado/Intercultural do Fogo, que tem sido adotado pelo ICMBio desde 2016. De acordo com o Ponto Focal da Coordenação de Prevenção e Combate a Incêndios (COIN), na Gerência Regional Norte, Ueslei Pedro Leal de Araujo, o fogo sempre fez parte da relação homem-natureza, sendo usado para alterar a vegetação em benefício da fauna, flora e a própria vida humana. Dessa forma, o Manejo Integrado/Intercultural do Fogo parte da concepção de resgatar os conhecimentos das populações tradicionais acerca desse elemento, alinhando com a ciência, aspectos socioeconômicos e ambientais. Assim, “assume perspectivas diferentes para cada comunidade, para cada contexto e necessidade do ambiente. O Manejo Integrado do Fogo é isso: é entender a perspectiva humana, ecológica e a visão de gestão de um determinado território”, afirma.
Essa tem sido a primeira experiência para Joedison Silva, que atua como um dos chefes de esquadrão da brigada de incêndio florestal. De acordo com ele, as vivências realizadas no mês de maio têm possibilitado o aprendizado de métodos e estratégias que ressignificam a relação com o fogo. Esses aspectos estão aliados ao monitoramento das áreas e o auxílio de programas e aplicativos, facilitando a tomada de decisão “estamos aprendendo técnicas novas, norteadas pelo Manejo Integrado do Fogo, que fazem com que a gente não se precipite com o fogo quando ele estiver em uma área de difícil acesso”, ressalta.
A experiência de ser chefe de esquadrão também é nova para Deyvid Roger. Apesar de já ter atuado como brigadista da defesa civil, agora tem vivenciado a relação com o fogo de forma diferente, especialmente ao que se diz respeito ao Manejo Integrado/Intercultural do Fogo. Além dos conhecimentos adquiridos, o brigadista revela que está tendo a oportunidade de conhecer e atuar em unidades de conservação: “estar à frente da equipe que compõe essa brigada é uma responsabilidade muito grande, pois uma área como essa, para nós, é uma área de suma importância e que temos que preservar o máximo que pudermos”, destaca.
Ao todo, a Brigada de Incêndios do ICMBio Carajás conta com 12 brigadistas, que atuam na instituição desde novembro de 2021, quando foram aprovados através do edital de chamamento. Para o Coordenador de Consolidação Territorial e Manejo do NGI Carajás, Manoel Delvo Bizerra, o treinamento possibilitou com que os brigadistas ressignificassem a relação com o fogo nas unidades de conservação por meio do seu manejo: “nós precisávamos de uma brigada que rompessem as dificuldades do território. Essa brigada é a primeira genuinamente do ICMBio Carajás. Isso é um divisor de águas”, finaliza.
Texto: ASCOM ICMBio Carajás
Fotos: Ueslei Pedro Leal de Araujo
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