O Sindicato da Carne e Derivados do Pará (Sindicarne), um dos sindicatos filiados à FIEPA, reconhece que o auto embargo do Brasil afeta a exportação de carne bovina, no entanto, é uma prova de que o protocolo sanitário no país é seguido à risca, garantindo assim a confiabilidade do produto brasileiro. Em entrevista nesta quinta-feira (23/02), o presidente do sindicato, Daniel Freire, elogiou a atuação rápida da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), que agiu com transparência ao divulgar o caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, registrado em uma pequena propriedade no Pará.
O presidente do Sindicato destacou que este caso está sendo considerado atípico, ou seja, surgiu de uma forma espontânea no próprio animal e sem riscos à saúde pública. “Houve transparência da Agência, como manda a regra. E mais, esse animal foi detectado em uma propriedade, da porteira para dentro, nem sequer chegou a uma indústria frigorífica. Ou seja, a Adepará neutralizou qualquer risco iminente, mesmo que extremamente improvável, devido aos critérios sanitários aplicados no Brasil”, explicou Daniel.
De acordo com ele, a indústria da carne do Pará espera otimista por um desfecho que provará que o Brasil e o Estado têm controle total da sua produção agropecuária. “A gente queria tranquilizar a população em geral que não há nenhum risco de consumir carne. O produto que está circulando no mercado paraense é 100% saudável. O Brasil tem um regulamento de inspeção federal, estadual e municipal de origem animal muito estrito e muito bem aplicado”, destacou.
Ao longo de 20 anos o Estado do Pará já exportou muitos animais, sem nenhum incidente sanitário. “O Brasil nunca teve um caso de ‘mal da vaca louca’ clássico, que é aquele transmissível aos animais e ao ser humano. Pelo tamanho do Brasil haveria um risco enorme, mas o modo como esse gado é criado torna o País totalmente isento da transmissão. Quando ela ocorreu no Reino Unido, foi exatamente por animais alimentados com ração composta por restos de outros animais, o que no Brasil é proibido”, lembrou Francisco Victer, presidente da Aliança Paraense pela Carne, que congrega indústria, varejo e produtores.
Outra questão colocada pelas entidades representantes do setor é de que no país a indústria da carne tem um auditor fiscal federal na própria unidade operacional, acompanhando todos os animais, antes e depois do abate, o que representa uma fiscalização constante, que não deixaria passar um caso de animal doente.
“As indústrias exportadoras pararam a produção porque o Brasil se auto embarga em um caso suspeito. Mas isso é uma demonstração de clareza, de responsabilidade e de profissionalismo, porque cumpre um protocolo, que diz que, em caso de suspeita, é necessário aguardar o teste final. Isso causa uma diminuição momentânea na produção e na exportação, mas estamos confiantes em um resultado positivo e que a Organização Internacional de Epizootias vai manter o risco do Brasil como desprezível”, afirmou Daniel Freire. Segundo ele, o setor aguarda a contraprova de um laboratório independente do Canadá que recebeu o material enviado pelo Ministério da Agricultura.
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