A mineradora começou a extrair o rejeito depositado em uma barragem desde 1985. O material, rico em partículas de minério de ferro, será transformado em matéria-prima para uma planta que produz pelotas para altos-fornos de siderurgia. O projeto Gelado, de US$ 485 milhões, terá uma capacidade de produção inicial de 5 milhões de toneladas por ano.
O investimento se enquadra na estratégia da Vale de buscar minério de maior qualidade que permite o uso e menos energia no processamento, enquanto a indústria siderúrgica procura alternativas para reduzir emissões.
A segunda maior produtora de minério de ferro do mundo quer liderar o fornecimento de materiais mais limpos a seus clientes para obter prêmios mais altos e atingir a meta de reduzir as emissões de seus fornecedores e clientes em 15% até 2035.
A Vale vai usar dragas totalmente elétricas para extrair os 140 milhões de toneladas de rejeitos, juntamente com bombas movidas a energia hidrelétrica em vez de combustíveis fósseis. O equipamento deixará de emitir 484.000 toneladas de dióxido de carbono ao longo de uma década, disse a mineradora sediada no Rio de Janeiro. Isso equivale às emissões anuais de 104.000 carros movidos a gasolina. O minério contido nos rejeitos será separado de contaminantes como sílica por meio de um processo de concentração magnética.
A operação, em fase de testes, deve atingir capacidade total anual de 10 milhões de toneladas até 2026. Isso pode se traduzir em 8,3 milhões de toneladas de pelotas, ou cerca de um quarto da produção total da Vale no ano passado. Esta é a primeira vez que a Vale utiliza esta tecnologia em suas operações no norte do país. Gelado deve ajudar a melhorar a segurança de uma barragem de rejeitos no meio da Floresta Amazônica brasileira.
“É um processo inovador que busca a sustentabilidade por meio da exploração dos rejeitos depositados na barragem de Gelado desde que a usina começou a operar em 1985”, disse João Falcão, gerente executivo das operações de Carajás.
Fonte: Bloomberg
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