O Museu Municipal Hilmar Harry Kluck foi criado em 2011 por meio de lei municipal, e em 2020 foi colocado em atividade e aberto ao público para visitação.
Ligado à Secretaria Municipal de Cultura (Secult), o museu conta com um atraente espaço expositivo, que conta a história de Parauapebas por meio da cultura indígena Xikrin do Cateté e do processo migratório que ocorre desde a fundação do município até os dias atuais.
“O acervo do museu é composto por peças da cultura Xikrin, mas também temos itens arqueológicos de povos que habitaram a região de Carajás bem antes da comunidade Xikrin, como lâminas de machado lítico, objetos de pedra, osso e vasilhas cerâmica”, explica Rogério Andrade, arqueólogo do museu.
Além das exposições, desde 2021, o museu trabalha também com dois projetos direcionados principalmente à comunidade, que são o Salvaguarda e o Conhecer para Preservar.
Projeto Salvaguarda
O Museu Municipal Hilmar Harry Kluck tem formado o seu acervo principalmente por meio de doações de objetos históricos, documentos, fotos e artefatos arqueológicos.
Assim, o projeto Salvaguarda tem o objetivo de incentivar a população da cidade a fazer doações de itens históricos e peças arqueológicas para o museu.
Segundo Rogério, existe uma dificuldade em conseguir peças arqueológicas, pois ao invés de doar, as pessoas querem vender, o que não é permitido por lei federal.
“A gente tenta convencer sobre a importância da doação de peças históricas, para que os moradores possam doar de livre e espontânea vontade. Assim conseguimos aumentar o acervo do museu e as peças possam ficar à disposição de toda a população para visitação”, destaca o arqueólogo.
O que doar?
O museu recebe objetos antigos, como fotos, artefatos arqueológicos, itens indígenas e documentos originais ou cópias (registros audiovisuais e sonoros, cartografia, textos etc), que tenham relação com a memória de Parauapebas e da região, passíveis de representar o contexto da cultura local e regional, por meio do ciclo vital das nossas instituições, famílias e indivíduos da sociedade.
Projeto Conhecer para Preservar
O Conhecer para Preservar é voltado principalmente para a comunidade escolar. A programação envolve palestras e atividades lúdicas, em que é falado sobre a importância da arqueologia da região.
“A maioria das pessoas conhece Parauapebas como a capital do minério. Mas Parauapebas é conhecida também como uma área muito importante na arqueologia amazônica, com datação encontrada na Serra dos Carajás com mais de 11 mil anos. Então isso é uma informação muito importante, que a população precisa que saber”, comenta Rogério Andrade.
Visitação
O Museu de Parauapebas está localizado na rua E, bairro Cidade Nova, ao lado da Praça de Eventos. O espaço é aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e sábado e domingo, das 10h às 16h.
Para visitas em grupos, como de escolas e outras instituições, a solicitação deve ser feita com ofício enviado para os e-mails: museudeparauapebas@gmail.com e museu.secult@parauapebas.pa.gov.br.
Quem é Hilmar Harry Kluck?
Nascido em Bagé, no Rio Grande do Sul, Hilmar Harry Kluck é a pessoa que dá nome ao Museu de Parauapebas.
Ao mudar-se para o Pará em 1949, Kluck viveu muitos anos com índios das tribos Assurini, Parakanã, Gavião, Suruí, Kayapó e Arara, que habitavam as regiões dos rios Araguaia, Tocantins, Xingu e Tapajós.
Sua afinidade com os índios era tão grande que, dentre outras contribuições, participou e auxiliou na extensa caminhada do povo Xikrin, da Casa de Passagem indígena em São Geraldo do Araguaia até Parauapebas, onde se fixaram na terra indígena Xikrin do Cateté até os dias atuais.
Hilmar morou no bairro Rio Verde, onde viveu com sua esposa, Neuza Kluck, até o seu falecimento, aos 86 anos, em maio de 2011.
Em homenagem a esse cidadão tão empenhado na causa indigenista e que muito contribuiu pelo desenvolvimento do município, a Prefeitura de Parauapebas denominou o museu como Museu Municipal Hilmar Harry Kluck.
Texto: Sara Dias
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