A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) concluíram, nesta sexta-feira (20), as aulas do “Curso de Observação de Aves”, em Marabá, na região Sudeste. O curso tem como objetivo oferecer conhecimentos específicos sobre técnicas de observação de aves a praticantes de atividades de ecoturismo já desenvolvidas nas regiões de entorno das Unidades de Conservação, para condução, educação e prática em as comunidades. O conhecimento também pode ser uma alternativa para geração de emprego e renda.
A prática de observar aves, também conhecida por “birdwatching”, é uma modalidade do ecoturismo que insere o visitante, por meio do lazer, no meio ambiente, sem provocar degradação, inclusive às populações nativas. É uma atividade praticada em vários países, com milhões de adeptos. No Brasil, vem se popularizando, com a criação de sites especializados e grupos amadores, interesse de fotógrafos e divulgação das listas de espécies. A atividade é impulsionada pela facilidade de câmeras digitais, binóculos e uso de celulares com câmeras de alta definição.
Educação ambiental – Nos objetivos do curso destacam-se a qualificação da comunidade local para conhecer e praticar essa modalidade de ecoturismo; abordagem da educação ambiental com atividades de observação de aves; popularização do “birdwatching”; incentivo à “ciência cidadã” e conservação de ecossistemas naturais.
Dentre os tópicos abordados estão noções básicas sobre ecoturismo e educação ambiental; comportamento (ética profissional); equipamentos e atribuições de um observador e condutor de observadores de aves; diversidade local; manipulação das principais plataformas digitais existentes para esta prática e, nas aulas em campo, utilização das trilhas e pontos de observação, que poderão ser usados nesse trabalho.
“A observação de pássaros é uma prática recreativa, educacional e de contato com a natureza, que pode ser feita por qualquer pessoa, que desenvolve a conscientização sobre a conservação do meio ambiente. Os observadores percebem que as aves devem ficar soltas em seus habitats naturais, e não em gaiolas. A observação de pássaros é uma prática de respeito aos animais e um nicho de mercado importante para o crescimento da atividade turística, em que o Pará tem uma diversidade de espécies e rica biodiversidade para oferecer ao turista brasileiro e estrangeiro”, afirmou o secretário de Estado de Turismo, Eduardo Costa.
História e números – A formação da parceria começou em dezembro de 2020 e já qualificou 205 pessoas nos municípios de Marituba, Soure, Belém, Bragança, Santarém, Itaituba, Parauapebas, São Caetano de Odivelas e Maracanã. Após a capacitação das turmas, os municípios criaram o Clube de Observação de Aves -Pará, que compartilha atividades como avistagens, registros, fotos, filmagens e dados curiosos de aves das regiões onde o curso foi realizado. O Clube também repassa informações sobre aves em geral e colabora com a educação ambiental e o cuidado com o habitat das aves nos respectivos municípios.
A prática da observação de aves é uma atividade centenária e muito difundida na América do Norte e Europa, Na última década, tornou-se mais comum em países como Índia, China e Brasil. Estima-se que hoje, no País, são mais de 50 mil observadores de aves, número que aumentou consideravelmente depois de eventos como o Avistar Brasil e o lançamento da plataforma WikiAves.
O mercado envolvido na observação de aves no Brasil tem estimado um potencial para movimentar mais de R$ 90 milhões. O Brasil possui 20% de todas as espécies de pássaros do planeta, oferecendo uma grande diversidade para os praticantes de “birdwatching”.
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