Espécie endêmica da Amazônia brasileira e ameaçada de extinção, a ararajuba (Guaruba guarouba) é um psitacídeo da família dos papagaios e ocorre, naturalmente, somente nos Estados do Pará e Maranhão. A distribuição geográfica bem restrita e a beleza exuberante, alvo do tráfico de animais, são fatores que contribuem para o declínio das populações na natureza, aliado aos desmatamentos ilegais onde a espécie ocorre.
Mas, no setor de reprodução do Bioparque Vale Amazônia, em Parauapebas, esses animais encontram um ambiente totalmente preparado e adequado para o namoro e para o sucesso reprodutivo. Em abril, um casal de Ararajubas deu origem a mais três novos membros na família. O macho e a fêmea são idênticos e formam casais fiéis por toda vida.
Na natureza, a ararajuba costuma reproduzir-se em buracos de árvores e fazer a postura de cerca de até nove ovos, que são incubados por 29 dias. “Além desse primeiro casal, um segundo depositou ovos e a expectativa é que alcancem sucesso, também, com uma nova ninhada. Todo ano procuramos aproveitar ao máximo o ciclo reprodutivo dos animais”, informa Tarcísio Rodrigues, biólogo do Bioparque Vale Amazônia.
Com expectativa de vida de aproximadamente 35 anos, a ararajuba é uma das 25 espécies prioritárias para a conservação ex situ (fora da natureza) do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) e da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB). Há também studbook keeper nacional para a espécie, que tem um papel muito importante na conservação. Tarcísio explica que os livros de registros genealógicos são responsáveis por controlar a população de indivíduos em cativeiro e em assegurar tamanho suficiente, estabilidade demográfica e alto nível de diversidade genética.
As ararajubas nascidas na instituição podem permanecer no local, que oferece um habitat bem próximo do natural para o seu desenvolvimento, ou integram programas de reintrodução. Como conta Tarcísio, em 2019 foram destinados três filhotes nascidos no Bioparque para o programa de reintrodução de ararajubas na capital das Mangueiras, como a cidade Belém é conhecida.
Bio Bioparque Vale Amazônia amplia horário de funcionamento
O Bioparque Vale Amazônia passa a funcionar agora de terça a domingo, das 9h às 16h. A antecipação do horário de abertura, que acontecia antes às 10h, busca garantir maior possibilidade de visitação do público pela manhã. Com a ampliação, também a partir desta segunda, dia 17, o Bioparque estará fechado às segundas-feiras para a manutenção dos recintos e do espaço.
Em 2023, o BioParque recebeu 179 mil visitantes e conta, dentre outros espaços, com um centro de visitantes, sala de exposições, orquidário e um viveiro de imersão com mais de 85 aves de 24 espécies, fazendo sobrevoo entre os visitantes. Outras estruturas como hospital veterinário, setor de reprodução de aves, biotério e sala de nutrição são dedicadas aos cuidados dos espécimes do Bioparque.
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