hoje em dia, as pessoas não sabem mais se o que fazem é para elas mesmas ou para os outros. é um pelo que você apara, um espirro que segura, uma ida diária à academia. vai se moldando, se refazendo, sem nem saber ao certo se é isso mesmo que quer para a sua vida. a gente tenta se encaixar nos padrões que alguém decidiu que eram corretos. repara na arte como o corpo mudou ao longo dos anos. o tempo muda as perspectivas, muda as realidades.
primeiro, dizem que a atividade física é essencial para uma vida saudável e que o bacon vai te matar. depois, descobrem que o excesso de exercício pode fazer mais mal do que o próprio bacon. a vida segue assim, cíclica, e a gente nem percebe. daí você quer ter o corpo padrão, a refeição padrão, a rotina padrão. e no fim, sobra o quê? mais um. nem melhor, nem pior e talvez, nem mais saudável do que ninguém. onde foi parar o equilíbrio? aquele equilíbrio gostoso entre fazer atividade física e aproveitar um x-bacon no balcão da padaria?

a vida é feita de altos e baixos. uma hora, você está lá em cima, no topo da montanha-russa. subiu devagar, foi puxado, e quando chega no topo, tudo parece estável. então vem a descida: rápida, violenta. você cai sem nem saber onde vai parar. tem certeza de que vai abrir um buraco no chão, e às vezes abre mesmo. desce até achar que não tem mais como, e de repente, vem a curva para a esquerda, depois para a direita, sobe um pouco, vai reto, desce de novo e, olha só, quando percebe, está subindo outra vez. a vida é uma montanha-russa. o problema é que estamos esquecendo quem pilota. nós mesmos. e fica difícil saber até onde estamos nesse trajeto por escolha própria ou porque fomos violentamente empurrados. não importa se foi a sociedade ou alguém. estamos cada vez mais perdidos dentro de nós mesmos, tão ocupados em “estar” tantas coisas que esquecemos do que é ser.
@enricopierroofc
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