você já parou para pensar no que realmente significa se arrepender? não falo do arrependimento pontual, aquele que reconhece um erro cometido. estou falando desse sentimento crônico e paralisante, que nos prende em ciclos de culpa e sofrimento, como se pudéssemos voltar no tempo e editar a nossa própria história.
a verdade é que o passado não muda. ele é o que é — e o que foi vivido serve como livro de lições, não como cela de punição. é tentador revisitar antigos erros com o olhar maduro de hoje, mas isso é injusto com quem você foi.
eu olho para trás e, sim, vejo atitudes que não repetiria. mas não sou mais aquele enrico de 14 anos. hoje, com 37, entendo que cada escolha foi feita com a maturidade e a consciência que eu tinha na época. e isso basta. o eu de ontem não tinha as ferramentas que o eu de hoje carrega.

o que muda tudo é a maneira como escolhemos lidar com isso. podemos carregar o peso da culpa ou usá-lo como degrau de crescimento. podemos nos torturar com o “e se…” ou nos perguntar: “o que aprendi com isso?”
se hoje você reprova quem foi, celebre: isso mostra que você evoluiu. e se evoluiu, então siga. aceite que errar faz parte do caminho. peça desculpas quando necessário. repare, se possível. mas não viva como quem está preso ao passado.
troque o arrependimento paralisante pelo aprendizado construtivo. não somos feitos para sermos os mesmos — a beleza da vida está em mudar. que hoje sejamos mais conscientes do que ontem. e que amanhã sejamos ainda mais compassivos com quem fomos. boa semana. e leveza na caminhada.
@enricopierroofc
enrico pierro escreve semanalmente para mais de 40 jornais e portais pelo Brasil. seus textos também estão disponíveis nas redes sociais, onde compartilha reflexões sobre o cotidiano, sentimentos e humanidade.
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