Ana Clara está entre os 4200 estudantes atendidos pelo Programa Mais Educação em Parauapebas. Aluna do 6º ano, ela tem jornada dupla na Escola Municipal Cecília Meireles: à tarde, quatro horas de aula normal; pela manhã, três horas de atividades de educação integral. É nesse período que ela entra em contato com um gênero clássico da literatura popular brasileira: o cordel.
“Educação se faz com cultura também”, lembra a coordenadora do programa, Auricélia Barros. Por isso, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) incluiu o cordel entre as atividades oferecidas pelo Mais Educação. O projeto piloto está sendo avaliado em sete escolas da rede pública municipal e, se os resultados forem positivos, será estendido às 36 unidades de Ensino Fundamental do município.
O jornalista Lima Rodrigues, idealizador do projeto, tem 38 anos de profissão e há 35 escreve cordéis. Até o mês de maio ele vai passar uma hora por semana em cada turma de 25 alunos que participam do “Cordel nas Escolas”. “A ideia é estimular a leitura. No primeiro dia eu já coloco os alunos pra ler os cordéis, principalmente o que escrevi sobre Parauapebas. Também vamos ensiná-los, na prática, a fazer”, afirma. O resultado final será um livro com cordéis escritos coletivamente pelos alunos.
Com a mesma desenvoltura com a qual lê algumas rimas na frente dos colegas, Ana Clara explica a importância do cordel para seu aprendizado: “além de ensinar, educa. O cordel estimula a gente a ler mais e a querer aprender mais”, diz. A diretora da escola, Rosineide Pires, aprova a ideia: “Tudo que é bom a gente abraça. Aqui são 100 alunos do Mais Educação e 50 estão no cordel. Quero acompanhar de perto para ver o desenvolvimento”, garante.
Mais educação
O programa é uma estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar. “É um ensaio para a educação integral”, explica a Auricélia. A Prefeitura de Parauapebas aderiu ao Mais Educação em 2011 e em cada uma das 36 escolas de Ensino Fundamental da rede pública são beneficiados de 100 a 150 alunos. Eles são selecionados de acordo com alguns critérios, como vulnerabilidade social e defasagem de aprendizado, por exemplo. Além das quatro horas de aulas normais, os estudantes passam outras três horas na escola, no chamado contraturno. Além de almoço ou lanche da tarde, eles participam de atividades como xadrez, dança, cineclube, karatê e, agora, o cordel.
Fotos: Anderson Souza | Ascom
Diego Pajeú Assessoria de Comunicação | PMP
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