O clima esquentou na Câmara de Vereadores de Parauapebas após prisões no município
O delegado da Polícia Federal Antônio Cunha Sá, ao ser questionado a respeito da posição do prefeito de Parauapebas, Valmir Queiroz Mariano, o Valmir da Integral, do PSD, em relação às investigações contra a Secretaria de Educação e Comissão de Licitação do município, perante as investigações, informou que as estas vão continuar e pode-se chegar a ele, mas, por enquanto, não há nada que comprometa o gestor.
- “A secretária (presa) Juliana de Souza dos Santos é a gestora da pasta, com autonomia orçamentária. Ele (prefeito) não aparece em nenhum momento, mas vamos avaliar melhor. Ainda há outras medidas de investigação e pode surgir o nome, mas até agora não tem”, comentou o delegado. Apesar disso, o escândalo de corrupção que resultou nas prisões em Parauapebas, desta vez envolvendo a prefeitura, foi o principal assunto abordado na sessão de terça-feira (18) da Câmara Municipal (CMP), principalmente pelos vereadores que formam a base de oposição.
- Com a cidade no olho do furacão, ante tantas denúncias de corrupção que envolvem os órgãos públicos municipais, o vereador José Francisco Amaral Pavão (SDD) sugeriu que a CMP crie uma comissão processante com o objetivo de cassar o mandado do prefeito Valmir Queiroz Mariano. “Vamos cumprir nosso papel de vereador”, conclamou Pavão, acrescentando que não vai dar descanso ao prefeito enquanto não vê-lo cassado.
- A sugestão ganhou eco apenas na base de oposição, mas o vereador José Arenes (PT) apela para o clamor popular para sensibilizar os demais colegas. Apontando inúmeras irregularidades que estariam sendo cometidas pela gestão municipal e lamentando o estado de abandono da cidade, José solicitou aos edis que se unam para salvar Parauapebas. “Vamos nos aliar à sociedade e tirar o Valmir do poder. Esse prefeito quebrou Parauapebas”, pediu Arenes, apoiando a sociedade a seguir o exemplo dos movimentos que vêm ocorrendo em nível nacional e ir às ruas pedir a saída de Valmir.
- Falando sobre a “Operação Desfecho” da Polícia Federal, segunda fase da investigação que apura um esquema de fraude para desviar recurso do transporte escolar (Leia mais na página 1 do Caderno Polícia), a vereadora Eliene Soares (PT) disse que finalmente está se fazendo justiça em Parauapebas e aproveitou para lembrar que parte dessas ações começou com denúncias feitas pelo ex-presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Parauapebas, Jackson Souza e Silva, assassinado no dia 24 de janeiro deste ano em Manaus (AM).
- “Infelizmente ele teve que pagar com a vida, mas seus filhos estão vendo que a luta dele não foi em vão”, ressaltou a vereadora, que também pediu que a Câmara reaja ao que vem acontecendo na gestão municipal. “A solução é tirar esse prefeito maluco”, afirmou. Outro que fez severas críticas à gestão municipal foi Charles Borges (SDD), apontando diversos exemplos de farras que, segundo ele, veem acontecendo com o dinheiro público, como a obra da Rodovia PA-160.
- De acordo com ele, a obra foi orçada incialmente em R$ 107 milhões, mas já chega ao montante de R$ 122 milhões. “Até agora a prefeitura não prestou conta de como esse dinheiro está sendo gasto”, frisou o vereador, observando que a rodovia com pista dupla nos dois sentidos, afunila na parte final se transformando em apenas uma pista. “Isso vai ser um problema seríssimo para o trânsito”, enfatiza.
- Líder do governo na Câmara, o vereador Zacarias Assunção (PP) tentou amenizar as críticas ao governo e acabou acirrando os ânimos da oposição. Ele pediu respeito à autoridade municipal e celeridade no projeto que tramita na Casa que cria o Conselho de Ética da Câmara. Disse que as faltas de decoro precisam ser observadas. Falou isso, se referindo diretamente à fala da vereadora Eliene, que chamou o prefeito de ‘maluco’. “Não estamos aqui como julgadores. Vamos discutir no campo ideológico e não no pessoal. Agora, se for por esse caminho, este vereador aqui também não tem papas na língua”, avisou.(Tina Santos)
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