Ontem, (8) tivemos mais uma sessão animadíssima. Casa cheia, clima de festa para a posse dos novos vereadores. Na hora de iniciar, um emissário fez um comunicado que iria atrasar por 20 minutos, pois a mesa acabara de receber um requerimento pedindo a suspensão da posse de um dos suplentes. Os vereadores se retiraram para a sala do queijo e foram consultar os universitários. Na platéia começou a rolar uma especulação sobre o azarado suplente. Quem apostou no Massud ganhou. O segundo suplente Lúcio entrou com o requerimento alegando a reprovação das contas do Massud, na época em que foi presidente da Câmara.
Após vinte e cinco minutos os vereadores voltaram e comunicaram que dariam posse ao Massud, pois os universitários julgaram que o pedido do Lúcio era improcedente, ou melhor, foi para o endereço errado. Segundo o presidente Brás, a Câmara não tem competência para julgar essa questão e, que caberia ao Poder Judiciário. Para alívio do Massud e para desespero dos governistas a posse aconteceu.
Estudantes protestam
Quando a sessão já ia começar um grande numero de estudantes do ensino médio adentrou à casa gritando palavras de ordem. Seria um teste de fogo para os novos vereadores. Com faixas e cartazes os alunos gritavam FORA VALMIR! O presidente resolveu concedeu ceder 5 minutos para que o líder do movimento usasse a tribuna. Num discurso bastante emotivo e aplaudido o jovem denunciou o descaso e abandono da educação estadual no município. Classificou-a de morta e teceu duras críticas aos vereadores que estavam sendo cúmplices com tal situação.
Posse dos novos vereadores e do velho – mais um golpe
Foram empossados Joelma Leite, Massud, Ivanit (Barrão) e pela segunda vez, o Zacarias. Só para o leitor entender: o Zacarias tomou posse no primeiro semestre numa jogada do prefeito para tirar o João do Feijão das garras da oposição que cassaria o seu mandato. Dizem por aí que o João teria recebido $4 milhões para deixar o mandato, mas desconfio que ganhou apenas um presente de grego: uma secretaria de esporte falida e engessada.
Com o afastamento dos cinco vereadores, o Zacarias deixaria em aberto a vaga do Feijão e assumiria uma das vagas vacante. Assim, a suplente Ivana (esposa do ex vice prefeito dr. Afonso) assumiria. Como não conseguiram negociar com a Ivana para apoiar o governo, não restou outra opção senão obrigar o Feijão voltar para a Câmara. Dizem que o homem refugou, esperneou e disse: “pra lá eu não volto pois estão prendendo e afastando vereadores. Deixa eu quieto aqui no meu canto”. Mas não teve jeito. A ordem foi voltar e pronto.
Discursos de posse
O primeiro empossado a discursar foi o Massud. O homem já demonstrou a que veio. Com um discurso forte, seguro e bem fundamentado, o vereador botou fogo no circo e não sobrou nem o picadeiro. Depois ainda discursou no grande expediente e falou nas explicações finais. O vereador estava com a faca nos dentes, como se diz lá na Bahia. Deu o tom da oposição e, ao invés de ficar se lamentando e choramingando, apresentou dados comprometedores contra o governo e desafiou os colegas governistas a lutarem ao lado do povo. Culpou os vereadores que apoiam o Valmir diretamente pela catástrofe em que se encontra o município.
O segundo a discursar foi o Barrão. Falou de sua vida pessoal, sua trajetória e dos problemas que enfrentou na campanha. Disse que iria trabalhar para toda a população. Não deixou claro se seria governista ou oposição.
A vereadora Joelma (PT) roubou a cena na festa da posse. Fez um discurso perfeito e muito emocionante. Deixou bem claro que seria oposição ao Valmir e foi a única a frisar que tem consciência que seu mandato pode durar uma semana, um mês ou até dezembro de 2016. Seu discurso repercutiu tanto que vou publicá-lo na íntegra amanhã nesse blog. É uma peça que ficará nos anais daquela casa e vale a pena ser registrado.
Joelma Leite foi muito coerente quando afirmou que sabe que o mandato pode durar pouco. Temos informações que os cinco afastados já recorreram à justiça e existe uma pequena chance de voltarem.
Vereador atitude
Outro que está roubando a cena a cada sessão é o vereador Zacarias, líder do governo. A cada vez que o homem fala, a vaia come. E ontem, para piorar, sua família de fora estava presente e testemunhou como o Zaca é persona não grata.
Mesmo sob intensa vaia, o vereador Zacarias falou que ele prefere ter atitude do que simples discurso. O Massud replicou nas explicações finais questionando que atitude é essa! “Ver um governo acabar com o município e continuar do lado dele é atitude? Atitude mesmo é defender o certo, é estar ao lado do povo”, questionou Massud.
O leão e o rato
Nas explicações finais o vereador Euzébio (PT) falou da importância do galho para a sobrevivência do macaco prego.
Já o Miquinha (PT) rugiu como um leão para combater o governador que, segundo ele, é um irresponsável que está acabando com a educação. Chegou até a chamar o Jatene de ESCROTO. Porém, nem uma palavra contra o Valmir Mariano. Contra o Jatene que está longe, age como um leão. Contra o Valmir, age como um ratinho.
Miquinha disse ainda que não se preocupa com os blog’s. “Basta a gente dar uns vinte contos que eles param de falar mal”. Pense nuns blogueiros baratos!
E assim continuamos a velha novela no “Pântano Azul”. Por falar em Pântano, esse é o título de um conto que está no meu livro “O escorpião e a borboleta” que traz muitas coincidências com nossa realidade política. Corra para a livraria Nobel no shopping e compre já o seu.
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