Libere já, porque uma cervejinha gelada durante o jogo não pode te prejudicar
Por Bruno Porpetta
Não são raras as faixas nas arquibancadas pedindo a liberação da cerveja nos estádios brasileiros. Ao mesmo tempo, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro também discute a revisão da lei que proíbe o consumo da dita cuja nas praças esportivas do estado.
Ou seja, o assunto está em voga e cabe a discussão. Qual a relação entre o consumo de cerveja nos estádios e a violência?
A realidade se impõe sobre as cabeças iluminadas de onde brotam as mais estapafúrdias ideias sobre a violência nos estádios. A cerveja pode sim provocar brigas, mas aquela no varejo.
O tipo de briga causado pela cerveja é geralmente aquela onde tem um ou dois bêbados exaltados, naquela troca infame de insultos e sopapos que dão vergonha aos próprios filhos e provocam tumulto bastante limitado.
Achar que o conflito entre torcidas organizadas, que envolve parte delas, diga-se de passagem, deriva do consumo excessivo de cerveja é de uma inocência pueril.
Primeiro, porque as brigas já não acontecem sequer no entorno do estádio, com raras exceções. Acontecem longe dali, em locais previamente combinados, entre pessoas que usam o futebol para despejar a frustração de não passarem de idiotas.
Segundo, porque as torcidas organizadas são associações de torcedores porosas a qualquer tipo de gente. Desde o torcedor de verdade, que quer participar mais efetivamente da festa nas arquibancadas, tão rara hoje em dia, até o mal intencionado, que se dilui entre a torcida para praticar crimes.
Punir toda a torcida pelo comportamento inadequado de uma minoria é trazer a estupidez dos brigões para dentro do núcleo decisório. A pergunta que fica é: alguém quer mesmo resolver o problema?
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