O Carnaval em Parauapebas foi um sucesso, elogios da imprensa, do governo, dos foliões e da organização do evento. Porém, nem tudo são flores, o carnaval que quase não aconteceu, por falta de verba e muitas outras ‘pamonhas’, surpreendeu a todos com a grande festa realizada. Mas alguém aí viu os onze blocos e as cinco escolas de samba que iriam desfilar na “avenida” do Nova Carajás?
Há quatro semanas atrás nem programação havia do evento, e as várias reuniões de liga dos blocos e escolas de samba com a secretaria de cultura e outros possíveis organizadores do evento e prefeitura, não davam em nada. Pouco era o povo que sabia disso, mas foram montadas mais de três programações diferentes e divulgadas como “oficiais” do carnaval 2016. Enfim, reunião vai reunião vem, e o carnaval saiu, com ditos ou “registrados” onze blocos, os quais receberam 3 mil reais de recurso cada um, para confecção de abadas, divulgação etc.
Mas no dia 9 de fevereiro, dia de carnaval, onde estavam esses onze blocos e seus mais de 300 abadas patrocinados pela prefeitura? E se os blocos não apareceram, imagine a prestação de conta dos 3 mil repassados. Esse texto é puramente um questionamento a ser feito a cada líder de bloco carnavalesco de Parauapebas, pois se foi dinheiro público utilizado para a realização da folia pública, o povo deve saber onde foi parar esse dinheiro.
E o que fazer? Será que o poder público deve parar de patrocinar os blocos de alguns que pegam verba para comprar 100 abadas, e dizem que são um bloco? Essa situação só prejudica os blocos tradicionais. O organizador do bloco ‘Cala a boca e me beija’, ficou indignado com essa situação que presenciou, segundo ele havia uns três blocos que mal tinham cinquenta pessoas com abadas na avenida, enquanto ele investe durante o ano todo em ações para fazer uma grande festa para seus foliões que curtem o “Cala boca e me beija” há mais de nove anos. Não é geral essa situação, e não há defesa de nenhum bloco aqui, a questão é saber mostrar com o que foi usada a verba pública de cada bloco no carnaval. Até na organização interna dos blocos os líderes não tem total competência, segundo informações, esse ano o presidente da Liga, disse que faria distribuição de bebidas, e montaria estrutura e não apareceu nem com uma tenda para representar a Liga. O presidente cobrou para a liga 300 reais de cada bloco, sendo que esse dinheiro iria para a contratação de banda, palco e caipirinha para os foliões dos blocos. O que não foi visto durante quatro dias de folia.
Isso é dinheiro público e a própria prefeitura tem que fiscalizar. O carnaval é uma manifestação popular e é AJUDADO pelo poder público. O problema é que muitos
pensam que o poder público deve bancar a festa de cada bloco e ainda pagar aos líderes por isso. O correto é que os blocos e escolas de samba devem trabalhar formas de buscar recursos para seu carnaval durante o ano todo com ações próprias. Montar uma festa paga pelos outros é fácil demais.
Conclusivamente, a festa no palco foi tão grande, com atrações nacionais, a folia contagiou 100 mil pessoas, e os blocos e escolas de samba passaram quase despercebidos pela multidão. Em suma, o investimento que foi mais reivindicado e que foi atendido, foi o menos percebido pelos foliões.
Samara Batista
Jornalista – Amazônia TV
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