“É importante ter foco, acreditar em si e correr atrás”, diz a bailarina paraense Mariana Moraes. Ela reconhece que não é fácil manter-se na profissão, sobretudo no Brasil, onde ainda não há uma sólida rede de oportunidades para profissionais da área. A dificuldade, porém, não parece atrapalhar os planos da jovem, de 26 anos, que aos 9 foi convidada para integrar o Balé Bolshoi – famosa companhia russa – em sua sede no Brasil, em Joinville, mas não pode mudar-se para lá. O sonho ficou: ela já mora há quatro anos em Vancouver, no Canadá, onde estudou dança em três escolas diferentes e agora segue como professora.
Mariana iniciou os estudos ainda na infância, aos 6 anos, em Belém, com a professora Vera Torres, com quem seguiu até os 17. Ela foi incentivada pela mãe, que já era afeita ao balé. Durante o período do vestibular, afastou-se da dança e começou a cursar Direito. Nesse período, ainda assim, participava de eventos e assistia a apresentações em vídeo. Foram três anos e meio na graduação até que ela percebeu que não poderia mais deixar de lado o que realmente a motivava e não teve dúvida que deveria voltar a dançar. “Decidi que queria mesmo seguir meu sonho. Tanto que nem tranquei a faculdade, eu desisti mesmo, já sabia que não ia mais voltar”, recorda.
Mariana retomou, então, os treinos e em uma de suas visitas à sua mãe, em Parauapebas, no sudeste do estado, ficou sabendo de um curso na cidade e foi participar do evento. Chegando lá, encontrou com a professora Mônica Proença. Ao final, Mariana foi convidada para estudar no Canadá, com uma bolsa de estudos na Companhia de Dança Moderna e Contemporânea Lamondance. “Foi uma coincidência. Fui passar apenas três dias lá e a encontrei. Não pensei duas vezes e aceitei a proposta. No início foi bem complicado, não falava nada de inglês. Fui para ficar 10 meses e estou até hoje”, diz.
Ela já tinha estudado balé durante 10 anos pelo método da Escola Russa e depois também teve contato com a dança moderna e contemporânea quando, em 2011, aprendeu a técnica inglesa de balé clássico pelo pelo método Royal Academy Of Dance (RAD). A experiência no exterior foi aprimorada a partir de modalidades como jazz, técnica acrobática e essa base foi fundamental para que Mariana conquistasse a bolsa – que exigia um nível pré-profissional do estudante.
Essa foi uma das etapas realizadas. Ela, que passou por Belém em março, quer agora continuar atuando nos palcos, exibindo sua técnica corporal em coreografias de variados estilos. “Ainda não cheguei onde eu quero. Pretendo ser uma bailarina profissional em uma boa companhia, viajando o mundo”, revela. “Mas é preciso trabalhar duro”, diz a bailarina, que também já estrelou um filme, o “Sob a Luz da Fama 3”, a ser lançado em julho.
(Dominik Giusti/Diário do Pará)
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