Cerca de 20 professores da Educação do Campo, que atuam com as disciplinas de História, Geografia, Artes e Ensino Religioso, participaram da oficina de grafismo indígena na noite da última sexta-feira (1º), no Centro Universitário de Parauapebas (Ceup).
A oficina teve o objetivo de contribuir com as práticas dos docentes, ocorreu dentro das Formações Continuada da rede municipal de ensino e contou com o apoio do Setor Indígena, também vinculado à Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Segundo a formadora Aglene Maria da Silva Aguiar, coordenadora técnica da área de Geografia e Artes do setor de Educação do Campo, o grafismo é um dos conteúdos específico do ensino fundamental a ser trabalhado nesse primeiro bimestre de 2016.
“O grafismo tem todo um histórico, toda uma simbologia para os índios. A pintura para eles não é só uma questão estética, ela envolve muito mais, ela é um código de comunicação. E, pretendemos fazer com que os nossos professores divulguem mais essa cultura, pois nós estamos inseridos em uma região habitada por esses povos; só na região Norte existem mais de 251 mil índios, segundo o censo de 2010, então, é necessário que nós ensinemos nossos alunos sobre essa cultura para que eles a valorizem”, relatou a formadora.
Quem ministrou a parte prática da oficina, além de ter contribuído com informações relevantes acerca dos povos Xikris e Xerente, como costumes, crença, contexto histórico, foi a coordenadora pedagógica do Setor Indígena, Edite Smikidi Xerente. Índia da etnia Xerente, povo que vive na região central do Tocantins.
“Esse momento é muito importante para mim, pois trata-se de uma oportunidade de nós, indígenas, falarmos de nós mesmos, sem nenhum porta-voz, de irmos de encontro ao preconceito, de divulgar quem somos nós, de trocarmos conhecimento com outros educadores”, observou Edite Xerente.
Marcio Martins é professor das disciplinas de História e de Artes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental Crescendo na Prática e 18 de Outubro. Para ele, participar da oficina foi uma experiência enriquecedora. “Os conhecimentos adquiridos na oficina só vêm fortalecer a nossa vivência, nossa prática, fazer com que melhoremos a compreensão do aluno acerca dos conteúdos e até mesmo mudar a mentalidade deles sobre determinados assuntos. Neste caso, podemos fazer com que o aluno enxergue o índio sem, ou com menos preconceito”, esclarece o docente.
Messania Cardoso
Assessoria de Comunicação | Semed
Foto: Messania Cardoso | Semed
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