Para reforçar em estudantes e professores a importância preservação do patrimônio físico, histórico e cultural das unidades da rede estadual de ensino, o Centro de Formação de Profissionais da Educação Básica do Pará (Cefor) promoveu nesta quinta-feira (19) o seminário “Educação patrimonial: patrimônio, memória e educação”. O professor Kleber Leite, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), discorreu sobre a temática para gestores de unidades administrativas, diretores e professores de escolas estaduais da Unidade Seduc na Escola 3, em Belém.
Ainda é comum na rede estadual a depredação de bens físicos das escolas, centenárias ou não, como carteiras e bebedouros, o que compromete o funcionamento da escola para atendimento dos alunos e como patrimônio coletivo de um bairro, cidade e Estado. A preservação das mil escolas da rede estadual é concretizada por meio de serviços específicos a cargo da Seduc, em um conjunto de obras de reforma, ampliação e construção de unidades escolares.
O seminário serviu como disseminador da proposta de preservação das escolas desenvolvida pela Seduc na rede e, em particular, pelo professor Kleber Leite no Instituto de Educação do Estado do Pará (Ieep). Entre os anos de 2013 e 2015, ele coordenou o projeto Memorial Ieepeano, que apresentou 250 peças históricas, fotos e livros sobre a memória da escola. Com 145 anos, o Ieep é a segunda escola mais antiga do Brasil, como parte do conjunto das chamadas escolas normais.
“O dia a dia me mostrou que há necessidade permanente de diálogo, oficinas, palestras para que o aluno perceba em qual espaço ele está inserido”, disse Kleber. “Se ele não tem o conhecimento da importância histórica, o entendimento do valor do bem cultural no qual está inserido e que ele faz parte desse processo todo, não vai zelar pelo patrimônio local. Seja um patrimônio adquirido recentemente, como um data-show, um televisor, um DVD, por exemplo, seja um bem material do século passado”, afirmou.
A conscientização sobre a preservação do patrimônio histórico deve ser trabalhada em todas as disciplinas e por todos os funcionários, direção e estudantes da escola, que atuam como reprodutores da mensagem, observou o professor. A partir da experiência do projeto no Ieep a Seduc ampliou as ações de preservação do patrimônio escolar, surgindo, então, o Centro de Memória da Educação, e atualmente o Cefor atua com esse objetivo.
No Ieep, na disciplina Acervo, Patrimônio e Preservação os estudantes são orientados sobre a temática e fazem um trabalho de laboratório relacionado à higienização, restauro de obras raras e outras ações. A Biblioteca do Ieep reúne mais de dois mil livros dos séculos XVIII e XIX. Desse total, 200 volumes já foram higienizados, num trabalho feito em parceria com o Centro de Memória da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Centro de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Para Francisca Carvalho, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Vila Nova Moura Carvalho, que fica no Jurunas, “temos que tratar a escola como se fosse a nossa casa, porque ao se danificar um bem da escola, estamos causando prejuízo ao patrimônio”. Na Escola Estadual David Mufarrej, na Cidade Velha, a coordenadora pedagógica Regina Kahwage convidará o professor Kleber Leite para orientar os estudantes para preservarem cadeiras, não jogarem lixo no chão e nem danificarem bebedouros, entre outras ações nocivas ao patrimônio da unidade escolar.
Por Eduardo Rocha
Agência Pará
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