A pequena cidade de Eldorado dos Carajás no sul do estado do Pará localizado entre o Populoso Marabá e a futura Metrópole da região chamada de Parauapebas depois de quase 16 anos ainda sofre influencia negativa da chacina que ocorreu com os trabalhadores rurais Sem Terra, no dia 17 de Abril, de 1996, na curva do S onde 19 Sem Terra foram brutalmente assassinados.
O episódio se deu no governo do então governador Almir Gabriel, que tinha como secretário de segurança Paulo Sette Câmara quem deu a ordem judicial para a tragédia, mas em campo ficou a cargo do Coronel Mário Pantoja de Oliveira.
O presidente da Republica na época era Fernando Henrique Cardoso. O ministério da agricultura onde o departamento da Reforma Agrária era agregado estava a cargo do Ministro Andrade de Oliveira, que pediu demissão na mesma noite. Uma semana depois o Governo Federal criou o ministério da Reforma Agrária sendo indicado o então presidente do IBAMA, Raul Jungmann, como Ministro. Nelson Jobim, Ministro da Justiça juntou-se às autoridades Policiais e Judiciárias do Pará apedido do governo federal, para acompanhar as investigações. A mando do presidente da República, enviou Tropas do exercito para conter a escalada de violência que se abateu ao sul do Pará como fruto de revolta pela a morte dos Trabalhadores Sem Terra.
Coincidentemente estava acontecendo no litoral paulista um Congresso Nacional da CGT, Confederação Geral dos Trabalhadores quando foi interrompido e de imediato criado uma comissão com membros de vários estados para acompanhar os companheiros paraenses nas investigações. Na oportunidade o sindicalista coelho-netense Antonio Cruz, presidente licenciado do SINPACEL, e membro da CGT estadual e Nacional representaram o Maranhão em Eldorado.
Ainda no governo Fernando Henrique Cardoso na tentativa de minimizar a barbárie do massacre, foi decretado o dia 17 de abril, como dia Nacional de Luta pela a Reforma Agrária decreto proposto pela a Senadora Marina Silva. A partir de então o Movimento dos Sem Terra promove diversas ações no mês de abril, criando o chamado “abril vermelho”.
As marcas desta tragédia são vistas em varias regiões do sul do Pará como; em Curionópolis, Parauapebas e no próprio Eldorado. Nossa equipe de postagem esteve nesta citada região e conversou com vitimas da chacina que escaparam por pouco de morrerem. Os lideres do Movimento dos Sem Terra assassinados na época são lembrados como herói.
A quantidade de 19 pessoas mortas no massacre é numero contestado por todos os integrantes do MST,. “Eu não estava no momento porque tive que voltar para a Serra Pelada onde eu morava na época. Voltei do Trinta, mas tinha muitas crianças, velhos e mulheres, será porque só morreu 19 homens? É uma mentira deslavada. Morreu muita gente. Mulheres grávidas foram assassinadas e jogadas fora, afirma seu Domingos Dutra, que hoje mora na vila Palmares ll, que tanto ela quanto a um, são frutos da luta ensangüentada com o sangue derramado covardemente desses companheiros.
Conversamos com Gleiciane Barbosa, uma jovem senhora que aos seis anos estava no local e lembra até hoje dos tiros, que vitimaram seus companheiros. Morando na vila Palmares l Gleiciane Lembra de Oziel um dos lideres mortos com requente de crueldade.
Na curva do S, local da tragédia pedaços de paus enfiados serve de monumento de um dos maiores crimes contra a humanidade na região. Nossa presença em Eldorado dos Carajás e em toda região fomentou uma ampla discussão do ocorrido. Constatamos os preparativos das comemorações que foi feita dia 17 em homenagem aos mortos. Essas homenagens são feitas todos os anos, na curva do S pelo o MST,
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