O Parque Nacional terá uma área de cerca de 80 mil hectares formada por platôs ferruginosos: o primeiro denominado “Serra da Bocaina”, também conhecida por “Serra do Rabo”, localizado entre a PA 160 e o Rio Parauapebas e o segundo platô conhecido como “Serra do Tarzan”, próximo aos projetos Sossego e 118, que hoje fazem parte da FLONACA – Floresta nacional de Carajás.
A criação do Parque atende ao cumprimento de condicionante determinada pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, à mineradora Vale S. A. como compensação ambiental pela instalação do projeto de mineração Ferro Carajás S11D. Depois da consulta, todas as informações serão coletadas e enviadas em forma de uma nota técnica para o Ministério do Meio Ambiente, posteriormente a Casa Civil. Depois será encaminhada a presidência da República aprovará a criação do Parque Nacional por meio de um Decreto Federal.
Após criado, o parque será gestado pelo ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em parceria com a Vale. O Parque Nacional Campos Ferruginosos de Carajás será localizado nos municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas e inserido no grande conjunto de áreas protegidas presente na região sudeste do Pará.
Caso aprovado, o Parque Nacional Campos Ferruginosos será o maior parque de cavernas em rochas ferríferas do país, concentrando umas das maiores densidades de cavernas no Brasil, com aproximadamente, 350 cavernas de formatos únicos que abrigam espécies raras da região, além de registros arqueológicos das primeiras ocupações humanas na Amazônia.
Essas são apenas parte da proposta apresentada na noite de ontem, 23, quarta-feira, no auditório da Câmara Municipal de Parauapebas que ficou lotado de pessoas que vieram prestigiar a audiência pública de criação de uma nova unidade de conservação em cujo evento esteve presente representante do MMA – Ministério do Meio Ambiente; além de autoridades representativas de entidades que defendem o meio ambiente na região.
Tudo começou com a formação da mesa tendo como membros o representante do MMA, Aldizeo Lima; representante do governo municipal, Vanterlor Bandeira; representante da Vale S.A., João Barros Vieira; representante da OAB, Subseção/Parauapebas, Geraldo Pedro de Oliveira Neto.
Todos fizeram breves pronunciamentos e seguiu a apresentação da proposta, detalhada por técnicos com demonstração de imagens, gráficos e estatísticas explicativas.
Frederico Drumond, chefe da Flonaca (Floresta Nacional de Carajás), assegura que a criação desta UNIDADE é fundamental, pois protegerá a área de sofrer danos trazidos pela atividade mineral. “Com isso teremos aqui em Carajás uma área livre da mineração para proteger o eco sistema dos campos ferruginosos”, explica Frederico, detalhando que no local existe um eco sistema raro onde tem ainda um manancial de águas, cavernas, cachoeiras e uma série de espécies da fauna e da flora especiais para a conservação.
Outro benefício da criação do Parque Nacional, citado por Frederico Drumond, é a atividade econômica que poderá ser uma alternativa econômica. Trata-se do turismo de aventura, eco turismo, caminhadas, trilhas interpretativas, educação ambiental, visitas técnicas pedagógicas etc. Ele cita os Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses, Fernando de Noronha e Jericoacoara, respectivamente, como exemplos que vem dando certo por atrair turistas e ajudar na economia regional. “Aqui podemos seguir esse caminho”, prevê Frederico.
Já Aldizeo Lima, responsável pela criação das novas unidades federais, representando o MMA, disse que a proposta foi bem recebida na esfera federal e é vista com bons olhos. “Por tratar de uma área que tem uma diversidade muito importante de ambientes. A identificação desta proposta na região de Carajás, onde se tem o fator da mineração, ajudará a contribuir para a proteção de áreas”, relata Aldizeo, detalhando tratar-se de cangas, que são áreas de campos ferruginosos que normalmente são utilizados para mineração que serão conservados a partir da criação da nova unidade.
Aldizeo dá conta ainda de que, em nível nacional o ICMBIO estuda um conjunto de propostas de criação de novas unidades de conservação dos diferentes biomas, tanto amazônicos como cerrados, caatingas, pantanal, áreas marinhas e pampas. (Francesco Costa)
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