Não bastasse o ataque de grande proporção sofrido pela Empresa de Valores e Segurança Prosegur, em setembro do ano passado, agora foram furtados mais de um milhão de reais na madrugada do último dia de 2016, 31 de dezembro, em Marabá. O CORREIO apurou, com exclusividade, graças a uma fonte, que um funcionária da empresa havia sumido e levado consigo o montante, após a sua escala de serviço. Também teria deixado para traz a esposa que está grávida. Ao checar, o Jornal levantou que a Prosegur havia registrado o caso em um Boletim de Ocorrência, feito sem alarde para não chamar a atenção. No documento, relata o furto da quantia de R$ 1,1 milhão de um dos carros fortes que estavam estacionados na sua nova sede, na Travessa Coronel Manoel Bandeira, no Bairro Liberdade, Núcleo Cidade Nova.
O local vem sendo utilizado como ponto de apoio desde que a sede da empresa, situada no Bairro Novo Horizonte, foi destruída por explosões de dinamite, durante um assalto. Conforme apurado pelo Jornal, desta vez a equipe responsável por realizar a conferência dos valores identificou a ausência da quantia por volta das 7 horas do dia 31.
Na madrugada em que o dinheiro desapareceu havia três vigilantes trabalhando e as câmeras de segurança do local flagraram que um deles, cujo nome não foi divulgado nem pela Polícia Civil e nem pela empresa, teria chegado ao local – no início da jornada de trabalho – portando uma mochila vazia. As imagens também flagram ele entrando e saindo diversas vezes do carro forte e intercalando essas idas com o banheiro do prédio.
Por fim, o vigilante teria deixado o posto de trabalho mais cedo que o costume, por volta das 6h50, desta vez transportando a mesma mochila aparentemente cheia e pesada, movimentação que também foi flagrada pelas câmeras. Há informações de que, desde então, nem os funcionários da Prosegur e nem familiares do vigilante, inclusive a companheira, tenham conseguido manter contato com ele.
Procurada pelo Jornal, a Superintendência de Polícia Civil do Sudeste do Pará informou ao CORREIO, nesta sexta-feira (6), que o caso está sendo investigado pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), com sede em Belém. Por telefone, o delegado Tiago Belieny, um dos responsáveis pelo órgão, respondeu que a equipe estava em Marabá quando o furto foi informado, realizando outras diligências ligadas ao ataque ocorrido em setembro, mas alegou que as investigações ainda são recentes.
Ele preferiu não comentar o caso por enquanto, afirmando que qualquer informação pode atrapalhar o andamento do trabalho investigativo, mas se comprometeu a falar sobre o caso quando o procedimento estiver mais avançado.
Rememore
No dia 5 de setembro de 2016 cerca de 20 homens participaram da ação que explodiu a sede da seguradora de valores e roubou a maior parte do valor que havia armazenado no local. A noite foi de verdadeiro terror para os moradores do Núcleo Cidade Nova e o crime teve início quando o bando incendiou dois caminhões roubados em cima da ponte do Rio Itacaiúnas para dificultar o acesso das forças policiais ao núcleo. Enquanto no prédio eram instalados os explosivos parte do bando trafegava pelas ruas em torno efetuando disparos para o alto. Na fuga uma policial militar chegou a ser baleada. Até o momento a Polícia Civil anunciou a prisão de três suspeitos de envolvimento e a recuperação de aproximadamente R$ 300 mil.
SAIBA MAIS
A Reportagem esteve no prédio onde aconteceu o furto, mas foi orientada a procurar a assessoria de comunicação da empresa, localizada em São Paulo, por telefone. Os responsáveis pela assessoria solicitaram na tarde desta sexta prazo maior para enviar um posicionamento, afirmando que a empresa está em recesso.
(Luciana Marschall)
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