Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), do acampamento Palmares II, realizaram manifestação em protesto contra a mineradora Vale e também pela nomeação da diretora da escola Municipal de Ensino Fundamental Crescendo na Prática, que não seria do agrado dos assentados. Eles exigem que a Vale priorize a contratação de mão de obra das comunidades próximas aos projetos da mineradora na região, que seriam as mais impactadas pela extração mineral.
Os manifestantes começaram a mobilização por volta das 4 horas e logo cedo interditaram as duas pistas da rodovia Faruk Salmen, impedindo a passagem de veículos ligados a Vale e a prefeitura. A rodovia dá acesso as vilas Palmares Sul e Palmares I, a Estação Ferroviária e ao Projeto Salobo.
Antônio Marcos da Conceição Santana, militante do movimento, diz que na luta para que a Vale ceda às reivindicações também está a Comissão de Emprego e Renda dos PAs Palmares Sul e II. Eles dizem que a mineradora não está priorizando a mão de obra das vilas, “justamente as mais impactadas com projetos da empresa”.
Segundo ele, há mais de quatro anos que eles debatem com a Vale essa questão, mais os avanços seriam poucos e os moradores das comunidades sempre acabam ficando de fora das contratações da empresa e de suas terceirizadas. “Estamos aqui, mais uma vez, cobrando uma posição da empresa, porque foram abertas vagas de emprego para o projeto S11D, mas para o todo o país, enquanto nós, daqui, sempre ficamos de fora. Queremos que sejam reservadas vagas para o nosso povo”, cobrou Marco Antônio.
A interdição da rodovia gerou um engarrafamento de mais de dois quilômetros de veículos que seguiam ou para estação ferroviária ou projeto Salobo. Os manifestantes liberavam a passagem apenas de veículos de moradores e colonos das localidades.
Durante a manhã, representantes estiveram no local e conversaram com a comissão formada para falar em nome dos sem-terra. Um representante da área de Relacionamento com a Comunidade da mineradora, não identificado pela Reportagem, explicou que a empresa tem sim, como política, priorizar a mão de obra local e também recomenda isso às suas empresas terceirizadas.
Quanto à pauta com a prefeitura, eles querem que o governo municipal mantenha o processo de eleição direta para diretor, a fim de que a própria comunidade eleja a direção da escola. Em nota, a Prefeitura de Parauapebas informou que, por enquanto, não vai se posicionar sobre o assunto. A manifestação encerrou no final da tarde.
(Tina Santos)
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