A Polícia Civil de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará, abriu inquérito para apurar o ataque de invasores à fazenda Serra Norte, no último sábado. Um funcionário da fazenda foi baleado na ação criminosa.
Era por volta de 11h30 de sábado (18), quando um funcionário da fazenda foi de carro até a sede da fazenda buscar o almoço de outro grupo de trabalhadores que estava a cerca de 3 km do local. No retorno, ele conta que foi surpreendido com tiros.
Uma das balas atingiu o pescoço do vaqueiro e ficou alojada. Por orientações médicas, só depois de três meses o projétil poderá ser removido.
O funcionário disse ainda que mesmo baleado, conseguiu pedir socorro. “Quando eu olhei pro meu ombro, tava muito ensanguentado. Eu não parei, eu continuei vindo, que eu tava com condições de dirigir, e acelerei pra frente. Eu vi cinco cidadãos correndo para cima de mim atirando, eu tava com o rádio da fazenda que a gente usa aqui pra comunicação a serviço e consegui passar para o pessoal”, afirma o vaqueiro, que não quis ser identificado.
O gerente da fazenda, Felício Fernandes, atribui o ataque a um grupo de pessoas que ocupa uma parte da propriedade há um ano. Um vídeo feito por ele mostra uma ponte dentro da fazenda que foi queimada logo após o vaqueiro ser baleado.
O gerente denuncia também que a matança de gado é outra prática constante dos invasores. “É matando gado, levando gado, nós não estamos mais aguentando isso. Nós arrumamos a cerca e eles cortam o arame, pintam com cruz vermelha. Cortaram a nossa ponte, acesso direto da sede pro retiro”, conta o gerente.
Em outubro de 2016, 30 homens que seriam do mesmo grupo que está acampado na fazenda atearam fogo na sede da propriedade e destruíram máquinas. Tudo teve que ser reconstruído. Os donos aguardam uma decisão judicial para reintegração de posse.
Enquanto isso, funcionários trabalham com medo. “É difícil, não só pra mim, que peguei um tiro e não morri porque Deus é bom, mas e aí? Se a gente não trabalhar, quem vai ser? Até hoje ninguém se manifestou, ninguém veio aqui. O que eles estão esperando? Acontecer o pior?”, afirmou o vaqueiro.
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