Professores da rede estadual de ensino começam, hoje, greve por tempo indeterminado. Desde às 9h, a categoria se concentra na frente do Palácio dos Despachos, na avenida Doutor Freitas, em Belém. O objetivo do ato é cobrar uma audiência com governador Simão Jatene, uma vez que o piso salarial dos professores, estipulado por lei, está congelado desde 2015. A categoria continua recebendo piso de R$ 1.917, quando o vencimento-base do professor com 200h/aulas atual é de R$ 2.298.
Este é o principal item da pauta de reivindicação da categoria, que decidiu pela greve durante uma assembleia realizada no último dia 26. Segundo o professor Alberto Andrade, membro da coordenação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), em fevereiro de 2016 os professores entraram na Justiça para exigir o pagamento do piso. Em setembro seguinte, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará expediu uma decisão favorável aos trabalhadores.
DECISÃO
“Essa decisão está sendo descumprida porque o governador disse que não tinha como pagar. Agora, eles mentem dizendo que estão pagando o piso”, declara Andrade. Na manhã do último dia 24, a direção do Sintepp participou de uma audiência na Secretaria de Estado de Administração (Sead), em Belém. Contudo, mais uma vez, o Governo reforçou a decisão de não conceder reajuste aos servidores, alegando falta de dinheiro.
GREVE DEVE ATINGIR 60% DAS ESCOLAS
A partir de conversas com os servidores, o Sintepp estima que a greve já deve começar com cerca de 60% das quase mil escolas da rede paralisadas, em todo o Estado. Neste primeiro momento, a greve afetará quase 300 mil alunos do total de 600 mil que, atualmente, são atendidos pela rede estadual de ensino, calcula o Sintepp. O sindicato acredita que 15 mil professores paralisarão as atividades a partir deste primeiro dia de greve.
ESCOLAS
“Algumas escolas vão fechar o período de avaliações para ir parando”, ressalta o sindicalista Alberto Andrade, acrescentando que mais professores devem aderir à greve nos próximos dias.
Por meio de nota, a Sead diz que a remuneração média de um professor com 200h é de R$ 4.694,12. A Sead alega que, se concedido o reajuste no vencimento-base, a folha de pagamento do Estado sofrerá um impacto da ordem de R$ 35 milhões por mês. E disse ainda que esse valor não é coberto pelos recursos do Fundeb.
REIVINDICAÇÕES
Além do reajuste salarial, os professores também exigem reformas e segurança nas escolas da rede estadual de ensino, além da implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) para os funcionários não docentes que atuam na rede. Segundo Alberto Andrade, do Sintepp , os professores continuam recebendo o mesmo valor do piso de 2015 – R$ 1.917 mil-, enquanto
o vencimento-base do professor com 200h/aulas l é de R$ 2.298.
(Pryscila Soares/Diário do Pará)
Comentários com Facebook