Secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen, confirmou em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (12) que as mortes dos dez trabalhadores rurais na chacina da fazenda Santa Lúcia, em Pau D’arco, têm características de execução. Com esta declaração, pela primeira vez o governo do estado refuta, de forma oficial, a alegação inicial de que houve confronto entre os policiais e posseiros na fazenda.
“Há fortíssimos indícios que houve execução. Não foi legítima defesa”, disse o Secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen.
A declaração do secretário foi durante a entrevista coletiva em que foram apresentados os laudos das perícias feitas nas 53 armas de fogo utilizadas pelos policiais e nas que teriam sido apreendidas com as vítimas.
Segundo o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, dois trabalhadores rurais foram mortos com disparos originados nas armas de um policial civil, um morreu com disparos da arma de um policial militar e cinco pessoas foram mortas por tiros disparados de uma arma não identificada. “Esta arma não se encontra dentro de toda armas encaminhadas para perícia”, disse o diretor do CPC, Renato Gouvêa.
As demais vítimas não puderam ter a arma usada nos crimes identificadas. Em um dos casos os disparos atravessaram o corpo, não deixando projéteis para análise. No outro, os projéteis obtidos do corpo estavam bastante deteriorados e não puderam ser usados para comparação.
“Pelas provas técnicas que temos hoje, não houve confronto”, disse o delegado geral Rilmar Firmino. “Quando você começa a cruzar informações que tem, está desconstituída qualquer ação que foi falada inicialmente”, explica.
Ainda de acordo com o delegado, o planejamento da missão que previa o cumprimento de mandados de prisão não envolvia a morte dos trabalhadores rurais. “É importante frisar que a missão foi planejada. O desfecho, o desastre, não tem a chancela do estado”, disse.
G1
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