Ah, as cinzas! As cinzas que as pessoas nos tornam após incêndios sem porquê. Eu nunca vou entender bem as pessoas, mas o caso é que as labaredas que nos colocam nos tornam cinzas, vez aqui, vez ali. E se reerguer após cada infortúnio é tarefa das mais difíceis, porém possíveis, porém necessárias. As poéticas cinzas, as frenéticas labaredas… Nem todo mundo nasceu para renascer das cinzas, mas deveria ser assim. Um conselho pessoal: se remexa, sacuda os ombros, o cinza sai.
Tive um tumultuado fim de ciclo há pouco tempo. Uma das coisas que eu mais tive zelo, minha coluna, chegou ao fim de maneira trágica. Adoeceu, caminhou para a UTI e, apesar dos esforços médicos, morreu sem mais explicações, sem direito a uma resposta final. Não permiti que houvesse vestígios históricos dela. Pedi que tudo fosse acabado e fui dramático. Queimaram os restos mortais da minha coluna e atiraram as cinzas ao mar. Foi melhor que tenha sido assim. O que escrevo não pode servir para alimentar lugares anoréxicos e nem egos obesos.
Me lançaram às labaredas e, segundo alguns, fui reduzido às cinzas. O que acontece é que a vida é arte do recomeço, mais do que a do encontro, tá bom, poetinha? E as pessoas precisam saber o quanto um recomeço é necessário. Me remexi das cinzas, sacudi os ombros, as cinzas saíram. Me livrei da fuligem. E cá estou. Mais vivo, mais forte, mais sereno e até mais visto. Recomeços servem para que a gente chegue mais alto e cá estou. Não teremos limites. O convite foi aceito e, no que depender de mim, não haverá final.
Esta é minha nova coluna. O meu recomeço. E recomeços, por vezes, vêm com mudança de endereço. Nesse caso, foi fundamental. Prometeram-me liberdade total para falar e a promessa de ser controverso e tocar as coisas frágeis continua de pé, aliás, ainda mais de pé! A gente precisa ir à luta e acreditar, sem medo, que o princípio da palavra ajuda a mudar o mundo. Não vou me abster de dizer o que deve ser dito e isso é uma promessa. Palavra!
Escrevi, em homenagem à Taylor Swift, que ‘haters gonna hate, hate, hate’ e tudo continua igual. Vão odiar, vão falar mal… Mas eu também disse que ‘lovers gonna love, love, love’ e que isso era o que importava. Bom, essa máxima ainda é válida e digo mais: muitos vão odiar ainda mais, o que acontece é que sempre (e sempre) os que amam ainda mais, importam bem mais.
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