Como uma simples palavra causa tanto furor!? Claro… Não é a palavra, é a ousadia, o ato. E, qual é o problema do peido? Eu peido, tu peidas, ele peida, nós peidamos…
O peido representa nossas atitudes e comportamentos. Às vezes nos comportamos furtivamente, na espreita, às escondidas. Tipo o peido detetive. Fede, mas ninguém sabe de quem veio.
Outras vezes somos alegres, divertidos, de bem com a vida. É o peido liberal. Solta-se à vontade, sem medo de feder.
Há momentos que somos rancorosos, mal educados, grosseiros! Peido bomba atômica. Alto, fedido e público!
Pior é quando somos disfarçados, falsos, traiçoeiros. Peido hiena. Fede muito, dá vômito, olham pra gente e não acreditam que fomos nós!
As pessoas roubam, matam, se corrompem, falam de sexo, de pedofilia, de desastres, de bunda, discriminação, homofobia, falam muita, mas, muita merda! O que é um simples “peidinho”? Um simples “peidei”?
Durante as provas, eu circulava entre os alunos com ar sério. Sempre levei o ensino a sério. Algumas vezes, enquanto circulava entre eles, soltava aquele mortal. Fininho, baixinho, molhadinho, queimando o fiofó. E fedido! Um misto de fedor de rato morto com catinga de banheiro de rodoviária da transamazônica! Os alunos se entreolhavam e quase vomitavam. Eu mal controlava a vontade de rir, de gargalhar, de gritar: – “Fui eu”!! Mas ficava firme. E ainda olhava com ar de repreensão para o aluno gordo da sala! Por que, quando há um fedor no ar, todos olham para um gordo? Era um peido que dava orgulho, que inebriava o autor… E, o molhadinho era apenas enganação. Molhava não! Mas havia uma mensagem naquele peido…
Uma vez, com a barriga estufada, numa reunião com a diretora da escola, não aguentava de vontade de peidar. Saí da sala dela com a cara roxa, suando frio. Que coisa horrível!! Quando abri a jaula que prendia o tufão, nem eu acreditei!! Passei mais de um minuto fazendo um barulho assustador de trombone em festa de formatura! Foi o peido mais longo de minha vida, quer dizer, bunda! Que alívio, que prazer insano, que vontade de passar por tudo novamente só pra sentir aquela sensação de liberdade outra vez!! Só que nunca mais consegui repetir tal façanha!
Já queimei peido! Isto. Comi uns repolhos, batata doce, feijão. Na sala de aula, pedi para apagar a luz. Comecei a peidar. Acendi o isqueiro. Foi um rabo de fogo que quase queima uns alunos próximos. Foi o maior sucesso!
E aquelas vezes que você segura o peido com medo de cagar, vai ao banheiro e nada acontece? Dá uma raiva tão grande! É só sair da privada que a vontade volta!! Pior é estar sentado, suando frio, aquele monte de gente ao lado. Aí, dá uma levantadinha na bunda, com todo cuidado, segura, vai soltando devagarzinho. Quando pensa estar no controle, sai aquele trovão de foguete com defeito, com a maior catinga do mundo!! Nem morrendo… E pior! Ele é traiçoeiro! Ele finge que vai sair baixo e sai fedido, alto, quente e cheio de merda!!
Uma vez, na academia de karatê, falei pras caratecas:
– “Podem bater nesta barriga que é só tanque”!
Aí, uma veio uma e bateu: TUM, PUM!
Uma batida e uma peidada de dinossauro! Nunca mais!
O que eu fico com raiva, mesmo, é do peidorreiro mentiroso! Peida, sabe que peidou, fedeu, todo mundo ouviu, viu, sentiu a catinga e ele insiste que não foi ele!!
Há que se tomar cuidado! Cuidado com o peido entocado! Ele fica na espreita. Quando tossimos ou espirramos, ele sai. E sai saliente, corajoso!!! E ele só cisma de sair no lugar errado. Na igreja, no elevador, numa reunião com a chefia!
O melhor momento pra liberar o “trompete”, quando se está na igreja, é na hora dos hinos! Todo mundo batendo palma, dançando, agitando o corpo! Amém! PUM!! Amém!!! PUUUUUUUMMM… Não pensem que estou sendo herege. Isto acontece nas igrejas. Só estou narrando. Deus sabe disto e sabe o que faz. E não é pecado peidar, é? Pode ser mal educado… E, depois, o mal cheiro exalado é disfarçado pelo odor das roupas domingueiras cheias de naftalina dos irmãos!!
Não existe coisa pior para o peidão que uma pessoa pegajosa. A gente quer ser educado, peidar longe, sozinho, apreciando com moderação a nobre arte. Aí, a pessoa vai atrás. Gruda! Ainda tem a cara de pau de perguntar:
– “Que foi amor? Tá com a cara tão amarela? Tá se sentindo bem?”
Dá vontade de dizer:
– “Sai de perto de mim, peste! Tá vendo não? Tô é doido pra soltar um foguete pra lua e tu não sais do meu pé!!??”
Mas, quando a gente não aguenta mais, a gente diz, com educação:
– “Ô, môr… Deixa eu aqui, vai… Tô precisando liberar uns gases…”
E falamos isto com discrição, baixinho, com aquele ar de súplica e vergonha e a “mocreia” sai rindo feito sucupira na floresta e gritando pra todo mundo:
– “kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… Né nada, não gente! Ele só quer peidar!!”
Tenho raiva, também, é dos cheiradores de peido! O peido pode ser fedido, catinga de rato morto e podre que o cheira peido acha que é perfume! Aí você diz, com aquela cara de inocente:
– “Nó… Tá um cheiro ruim aqui, né?”
E o outro diz, inflando os pulmões e roubando sua obra prima com as narinas:
– “Tô sentindo nada não… Tá até um cheirin bãooooo aqui!”
E você? Tá querendo peidar, né??
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