A Vale foi multada em R$ 1,620 milhão pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), por conta de um vazamento de minério de ferro no mar. No último dia 1º de dezembro, o sistema de recuperação de água localizado entre Tubarão (Vitória) e Praia Mole (Serra), não suportou o excesso de chuva e acabou por despejar minério de ferro e outros minerais no mar.
O resultado da análise do conteúdo jogado no mar foi divulgado neste quarta-feira (20) e revela que “a empresa não efetuou o tratamento conforme discriminado na condicionante ambiental 09/2002, descumprindo os padrões de sólidos em suspensão total, como definido na resolução do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) 02/91″.
A análise indicou ainda a presença de alumínio, ferro, manganês, zinco, cromo e fluoreto, e verificou que o lançamento desse material no mar atingiu não só a água, mas o solo e a fauna e flora marinha. “O aumento da turbidez da água pode afetar a distribuição de espécies, o comportamento, a alimentação, a reprodução e a sobrevivência da biota aquática”, conclui a análise.
O vazamento
Na época do vazamento, o analista ambiental do Iema, Felipe Santos, que inspecionou o local, disse que o sistema operava de forma anormal por não suportar o excesso de água da chuva. “Este sistema funciona como um filtro, que faz o tratamento da água, retém os minerais e despeja apenas a água no mar. No entanto, o fluxo intenso tem sobrecarregado o sistema de tratamento, que tem vazado os minerais diretamente no mar”, explicou na ocasião.
O analista alertou ainda para o fato de o vazamento dos minerais causar a alteração na qualidade da água e prejuízos ambientais, como a morte de peixes e outros animais marinhos.
O outro lado
Na ocasião do vazamento, procurada pelo Gazeta Online, a assessoria da Vale enviou um comunicado sobre o caso em que afirmava que “em decorrência das fortes chuvas houve lançamento de efluente da Estação de Tratamento próxima ao terminal de Praia Mole. Cabe ressaltar que este procedimento é previsto junto aos órgãos ambientais em situações de chuva extrema, que o material é inerte e já havia passado pelo sistema de tratamento, sendo lançado por um ponto licenciado pelo órgão ambiental e monitorado constantemente pela Vale”.
Já nesta quarta-feira, a Vale, por meio de nota, informou que ainda não foi notificada da decisão do Iema.
A empresa reforça que realizou análises físico-químicas do material e todas as amostras estão dentro dos parâmetros técnicos definidos no licenciamento. O relatório foi encaminhado ao Iema, conforme prevê o procedimento.
IEMA REFORÇA QUE MATERIAL NÃO PASSOU POR TRATAMENTO
Apesar de dizer na ocasião que o material é inerte e já havia passado pelo sistema de tratamento antes de cair no mar, o Iema apontou exatamente o contrário, apontando que a empresa não efetuou o tratamento conforme discriminado na condicionante ambiental 09/2002.
Fonte: Gazeta Online
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