Quem saiu para passear ou caminhar pelas ruas centrais de Belém, nesta manhã de domingo, deparou-se com um fato que chamou a atenção de muita gente: a grande quantidade de policiais militares espalhados pelas ruas.
Eles se apresentam em grupos de três, quatro, cinco, às vezes até dez PMs, caminhando ou postados em frente a residências ou mesmo pelas esquinas. Ao todo, são 500 PMs somente em Belém, de um total de 2.000 alunos do curso de formação de praças da Polícia Militar.
Esse treinamento – espécie de batismo de fogo – visa familiarizar os novos soldados com a violência cotidiana a que estão expostos não apenas os cidadãos desta capital, como os próprios militares, hoje alvo preferencial do crime organizado que já domina boa parte da outrora tranquila “Cidade das Mangueiras”.
Segundo nota enviada ao Ver-o-Fato, esses 500 homens e mulheres cumprem nas ruas da capital uma etapa importante da preparação: “é um estágio supervisionado, para vivenciar situações reais da carreira e, ao mesmo tempo, reforçar o policiamento ostensivo”.
Antes de começar a preparação, os PMs se concentraram, no sábado pela manhã, na Praça Santuário, em frente à Basílica de Nazaré, e de lá saíram para diversos pontos da cidade. Os outros 1,5 mil praças em formação cumprem a mesma atividade no interior, nos municípios de Conceição do Araguaia, Itaituba, Santarém, Marabá, Parauapebas, Castanhal, Santa Izabel do Pará, Tucuruí, Paragominas, Capanema, Bragança, Altamira, Barcarena, Soure e Breves.
Mas eles não ficarão em treinamento permanente nas ruas. A previsão é que no início de agosto deste ano todos já estejam efetivamente no patrulhamento urbano. Os novos PMs foram aprovados no último concurso público da instituição e integrados em outubro de 2017 a esse novo modelo de formação.
“Neste momento estamos dividindo as patrulhas, para que os futuros novos policiais deem início efetivo ao estágio supervisionado. É um novo momento na formação desses profissionais, levando mais segurança a toda a sociedade paraense, não só aqui em Belém, mas em todos os municípios-sede que são polos do curso de formação de praças da Polícia Militar”, explicou o comandante-geral da PM, coronel Hilton Benigno.
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Nobre profissão – “Os senhores começam hoje a prática, a vida profissional de vocês em uma das profissões mais nobres deste País, que é a de defender a sociedade com a própria vida. Saibam que vocês não estão sozinhos. Começam hoje essa nova etapa, sabendo que tem toda uma equipe por trás de vocês dando total apoio. É uma missão muito difícil, mas tenho certeza que teremos muito sucesso”, disse o secretário de Segurança, Luiz Fernandes, na saudação aos PMs.
E os subúrbios, hein?
Ainda deve demorar para que os novos PMs sejam integrados ao combate às organizações criminosas que mantém o controle de diversos bairros mais afastados do centro. É nesses locais que ocorrem a política de terror contra os moradores e matanças diárias, sobretudo execuções praticadas por “justiceiros” em motocicletas que trabalham para traficantes de drogas.
Aliás, o estado é um quase deserto de inteligência policial. Nada se investiu nesse setor que é fundamental para identificar e monitorar os passos dos criminosos, seus contatos e sair às ruas para prendê-los, prevenindo crimes. Infelizmente, será um tiro no pé colocar mais PMs nas ruas se eles não tiverem a retaguarda da inteligência policial.
Sobre os PMs em treinamento, o coronel Hilton Benigno declarou o seguinte: “neste primeiro momento eles serão divididos em patrulhas, e atuarão em locais onde a mancha criminal é menor, em bairros como Nazaré, Batista Campos, Umarizal e Campina.
Com o passar dos dias, iniciarão o trabalho com as viaturas, para depois da formação completa, prevista para julho, estarem aptos para tudo, sempre acompanhados de oficiais e praças mais antigos, que darão o apoio e passarão suas experiências em ações do tipo”. (Do Ver-o-Fato, com informações da Agência Pará).
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