Uma história tragicômica aconteceu na Seccional do Guamá, em Belém, ontem (3). Um homem que se identificou como João Victor dos Santos Gonçalves, idade não divulgada, procurou três vezes a unidade policial e pediu para ser preso. Porém, não havia nada que justificasse uma autuação em flagrante, muito menos uma ordem de prisão contra ele.
Chateado por não ter seu pedido aceito pelos policiais ele decidiu assaltar um ciclista que passava em frente a unidade policial. João se armou com uma pedra para intimidar a vítima, que acabou desviando do ataque. Populares que presenciaram a cena acionaram os policiais que acabaram tendo que autuar João por crime de roubo.
Nas três primeiras vezes em que João procurou os investigadores e o chefe de operações da Seccional do Guamá, alegou que teria assaltado uma mulher no bairro da Cremação e que por isso deveria ser preso. Os policiais checaram o sistema e não encontraram nenhuma ordem de prisão contra ele, tampouco qualquer denúncia sobre o tal roubo que ele teria praticado no bairro vizinho.
Ele também não tinha nenhum objeto que pudesse comprovar o crime. Questionado se ele queria ficar preso por ter sofrido algum tipo de ameaça de morte e estava com medo de estar em casa ou na rua, João insistiu em dizer que tinha roubado e queria ficar preso.
SEM PROVAS
Diante da falta de evidências e provas que justificassem uma autuação em flagrante, os policiais pediram para o rapaz ir embora para casa e não fazer nenhum tipo de besteira na rua. Ele não quis repassar nenhum contato de familiar que pudesse ir buscá-lo na unidade policial. Também não dava nenhum endereço correto sobre onde morava.
Irritado com os policiais que não queriam prendê-lo por falta de provas, evidências ou ordem judicial, João decidiu assaltar um ciclista na porta da Seccional. “Só assim para vocês me prenderem. Podem me prender”, dizia enquanto era conduzido para dentro da Seccional.
O delegado Arthur Nobre registrou o flagrante e encaminhou João para fazer exame de corpo delito. O ciclista, vítima do assalto e da pedrada, preferiu não ser identificado e nem falar com a imprensa.
(Denilson D’Almeida/Diário do Pará)
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