No Brasil, a Polícia Militar ainda atua com a sombra do regime ditatorial que tomou conta do país por mais de 20 anos. De maneira geral, as instituições possuem uma rígida linha de conduta, que somada ao baixo investimento para o combate ao crime, estão contribuindo para o aumento dos casos de suicídio envolvendo policiais militares
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo apontou que apenas em 2017, houve 26 suicídios entre policiais, número superior ao seis mortos em confrontos com criminosos. Riscos, a paranoia causada pela pressão constante e a desvalorização, são alguns dos fatores que colocam os suicídios cometidos por PMs acima da média da sociedade civil.
Segundo o ouvidor Benedito Mariano – autor do relatório, os comandos das instituições devem se debruçar sobre o caso e criar métodos para impedir o crescimento desta prática. Mariano sugere um acompanhamento minucioso da saúde do policiais e que o Estado investigue as causas das mortes.
O conservadorismo e a falta de condições de trabalho contribuem para o aumento dos casos
Em média, um soldado da PM paulista recebe pouco mais de R$ 3 mil reais por mês. Nos últimos quatro anos, os policiais militares tiveram apenas 4% de reajuste durante a gestão de Geraldo Alckmin.
Além da falta de condições ideais de trabalho, outro agravante é a postura excessivamente conservadora propagada pelo militarismo, desaguando na desumanização do PM. Em entrevista ao BuzzFeed News, o professor da FGV, Rafael Alcadipani, pede que as corporações não abafem o tema.
“Um policial procurar ajuda é visto como uma derrota. ‘Você não é um herói’. O herói precisa aguentar tudo, não pode sofrer”, finaliza.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado ressaltou que a PM conta com um sistema de saúde mental e que a Polícia Civil criou uma divisão de prevenção e apoio assistencial.
“As polícias paulistas dedicam especial atenção aos cuidados psicológicos dos policiais que integram os quadros das instituições fornecendo todo o suporte necessário. O Sistema de Saúde Mental da PM disponibiliza aos policiais serviços de atendimentos psicossociais realizados por psicólogos e assistentes sociais do Centro de Atenção Psicológica e Social (CAPS), sediado na Capital, bem como nas unidades policiais que possuem Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS)”. Hypeness –
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