Há cerca de dois anos, o governo do Estado revitalizou grande parte da PA-150, alargando alguns trechos da rodovia e, ao mesmo tempo, fez um trabalho de recapeamento que aparentemente estava muito bom e deixou os condutores razoavelmente satisfeitos.
Poucos meses depois, os problemas começaram a pipocar – principalmente no trecho entre Marabá e Goianésia – onde começaram a aparecer longos e perigosos camaleões. E não se trata de répteis, mas deformações na pista que causam estragos no escapamento e até no motor dos veículos de chassis baixos. E quando as situações mais graves, provocam acidentes.
O vendedor de insumos para o setor de agropecuária, Antônio Carlos, postou esta semana uma série de fotos em sua página no Facebook, em que denuncia as condições da estrada entre Marabá e Jacundá. “Voltei revoltado. Vidas sendo ceifadas devido à situação da PA-150. Vivemos em um país governado por bandidos mentirosos, tanto na esfera estadual quanto a federal”.
Imediatamente, Antônio Carlos Ferreira recebeu a solidariedade de amigos, que comentaram o assunto. Júnior Mesquita disse que “esse trecho sempre foi matador”. Alane Franciele Lima Câmara corroborou com a seguinte declaração: “Pessoas conhecidas já perderam a vida nessa estrada e em muitas outras do Pará. O descaso é enorme e o dinheiro dos impostos ó…”
Romisa Aguiar foi outra que não deixou barato: “esses políticos são um bando de safados corruptos. Só são bonzinhos em cima dos palanques, quando querem ganhar a eleição. Depois que estão governando, a intenção é só uma, roubar, roubar, e roubar”.
Olavo Chaves também reconheceu o dilema de quem enfrenta a PA-150 no trecho entre Marabá e Jacundá e disse que situação tão péssima quanto esta revolta a comunidade da região de Redenção. “Não há dinheiro para nada e nossos políticos estão com tanto dinheiro que têm que mandar para fora do País”, ironizou.
Ana Caroline Neris Nogueira Esse trecho sempre fica horrível e cada camada de asfalto que colocam é pior. De Goiânia pra tailandia o problema é o acostamento que não tem e na hora de desviar de um buraco o risco de entrar na outra pista e grande
A postagem de Antônio Carlos Ferreira não é a única escancarada em redes sociais. Ali, jornalistas têm um manancial de notícias para garimpar nesta “Serra Pelada” do asfalto. No dia 25 de maio, o perfil “A Face oculta de Jacundá” publicou seis fotos de um acidente grave, com vítimas fatais, entre Jacundá e Nova Ipixuna. “O veículo capotou e saiu da estrada após bater em buraco na rodovia PA-150”, diz o post.
No mesmo período, um acidente com quatro vítimas fatais durante uma manhã, também provocou a fúria em redes sociais.
O engenheiro civil Cláudio Lima Dias, com 12 anos de experiência em pavimentação de rodovias, explica que os “camaleões” são decorrentes da carga em excesso em locais de frenagem e possíveis falhas na compactação do solo na última recuperação da via. Um dos agravantes dessa deterioração é o fato da rodovia PA-150 não possuir balanças para controle do peso no transporte de cargas, uma vez que caminhões trafegam com peso acima do que a via pode suportar. É o caso do transporte de minério, por exemplo, que segue de Marabá para Porto de Vila do Conde e não há balança para avaliar o peso que está sendo transportado por carretas. “Sem balanças na rodovia, de nada adiantará a manutenção da Pa-150 de forma mais efetiva e frequente”.
A Reportagem enviou pedido de explicações sobre as más condições da PA-150 à Secretaria de Obras do Governo do Estado, mas eles disseram, por e-mail, que esse serviço compete à Secretaria de Estado de Transporte. Todavia, até o fechamento desta matéria, no início da noite desta sexta-feira, não houve resposta.
(Ulisses Pompeu)
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