A mudança do Pronto Socorro do Hospital Municipal de Parauapebas (HMP), no bairro Cidade Nova, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no Bairro Cidade Jardim, causou revolta em pacientes, médicos e outros funcionários do hospital, que realizaram protesto em frente à unidade de saúde, contra a decisão do governo. A manifestação foi para que o pronto socorro permanecesse no local, devido à facilidade de acesso.
Nesta quinta-feira (20), às 15 horas, o Conselho Municipal de Saúde (CMSP) vai se reunir para discutir o assunto e, dependendo do resultado, deve protocolar ação no Ministério Público contra o governo. O conselho afirma que a mudança foi feita sem qualquer consulta prévia e pegou a todos, servidores e comunidade, de surpresa.
O pronto socorro atende uma média de 300 pessoas por dia, tanto de Parauapebas quanto de localidades da região de Carajás. No hospital municipal trabalham 1.710 servidores, fora médicos, que estariam com os salários atrasados há mais de 60 dias.
Segundo a prefeitura, as mudanças que feitas na área da Saúde, que passaram a vigorar desde o começo da semana, ter por objetivo a contenção de gastos em virtude da queda de receita do município. No caso do pronto socorro, o espaço vai abrigar o setor administrativo da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que hoje funciona em um prédio alugado, no centro do Bairro Cidade Nova.
Mas, para os servidores e Conselho de Saúde, as mudanças tinham quer debatidas antes e não serem tomadas de forma arbitrária, como aconteceu. Eles ressaltam que o pronto socorro é o principal centro médico da rede pública procurado pela população e sua localização facilita o acesso.
Mudando para UPA, muita gente vai ter dificuldade, devido à falta de transporte para o local, que ainda é muito deficiente em Parauapebas. Em coletiva de imprensa, o secretário municipal de saúde, Juranduyr Soares, afirmou que a mudança já está definida e que não há possibilidade de se voltar atrás, porque são medidas visando reduzir custo da máquina administrativa. Esse posicionamento acabou gerando bate boca entre ele e membros do Conselho Municipal de Saúde.
Nota defende mudança
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informa que a mudança também se deve para melhor aproveitar o espaço da UPA, que estaria sendo subutilizada. Com relação à mudança do Pronto Socorro para a UPA, a Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Segue, na íntegra, o teor do comunicado:
“Hoje há uma estrutura de primeira qualidade subtilizada em sua capacidade, que é a UPA. Para melhorar o atendimento à população e também para reduzir os custos, em função da queda na receita do município, a gestão entendeu que os atendimentos de urgência e emergência serão melhores realizados na UPA e os casos de trauma serão encaminhados direto para o HGP.
Desde a sua inauguração até o final do mês de agosto, pouco mais de 24 mil pessoas passaram pela sala de classificação de risco da UPA, uma média de 117 atendimentos diários, número bem distante da capacidade de 500 atendimentos por dia que a estrutura da unidade tem condições de atender. Boa parte dos profissionais do PS será direcionada para atender na UPA, ampliando ainda mais a capacidade de atendimento.
Para facilitar o acesso da população ao serviço, a Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi) está em conversa com a Cooperativa da Central de Vans para destinar linhas específicas para a UPA, já que a demanda por serviços na unidade vai aumentar, consideravelmente.
No prédio do PS funcionará a sede da Semsa, com os seguintes departamentos: gabinete do secretário; vigilância em saúde, que compreende a vigilância sanitária; vigilância epidemiológica e controle de endemias; direção da atenção básica e as respectivas coordenações das redes de atenção à saúde e dos distritos de saúde; diretoria de planejamento; diretoria administrativa; diretoria do Fundo Municipal de Saúde; contabilidade; diretoria de gestão de pessoas e humaniza SUS”.
SÍNTESE – Para os servidores e Conselho de Saúde, as mudanças tinham quer debatidas antes e não serem tomadas de forma arbitrária, como aconteceu.
(Tina Santos)
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