Eli Azevedo Filho, mais conhecido como Zé do Bode, nasceu no dia 2 de julho de 1928 em Iguatu, Ceará. Seus pais Manoel Azevedo e Generosa Batista ganhavam a vida com o trabalho no engenho como tantos outros na sua época. Eli Azevedo também fugiu da seca nordestina e veio para Emjeju no Maranhão. Casou-se em 1952 com sua primeira esposa Malvina Freitas de Oliveira, com quem tivera cinco filhos.
Anos mais tarde, morando em Grajaú/Ma, casou-se novamente com Maria Pereira Barros. Tiveram oito filhos: Antoniel, José, Joel, Israel (Miquinha), Alzenir, Creuza, Benjamin e Natanael. A vida no Maranhão não érea das mais fáceis e seu Eli teve que trabalhar duro para sustentar a família. Ele era agricultor por vocação. Também criava ovelha e porco e gostava de comprar e vender animais, tropa.
Por volta de 1982 mudou-se com a família para Curionópolis/PA. Uma verdadeira aventura digna de ser contada no cinema. Primeiro viajaram de carro de boi até Amarante/MA, depois de pau de Arara até Imperatriz/MA, de carroça até o rio Tocantins, e por último em uma D-20 até Curionópolis. A vida ainda continuava dura para seu Eli e família. O sustento era alcançado através do garimpo, onde trabalhavam seus filhos mais velhos e ele. Seus filhos também vendiam pão, bolo, picolé e geladinho. Na sua simplicidade educou os filhos com princípios e valores humanistas e socialistas e não abriu mão do caráter, respeito e honestidade.
Em1985 separou-se de sua esposa Maria. E foi para porto de Balsa onde morou pr aproximadamente cinco anos.
Retornou a Curionópolis e, em 1992, veio para Parauapebas ingressando no MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), participando da ocupação e organização do assentamento Rio Branco. Com isso ele tem parte dos seus sonhos realizados, mas como um grande homem que foi, deixa para seus filhos o direito de cultivar e plantar. Anos depois veio morar na Palmares Sul com o filho Israel Pereira Barros (Miquinha), por entender que outros homens e mulheres também precisavam conquistar o sonho de ter um pedaço de terra para sustentar sua família. Sem medo então levantou firmemente a bandeira da reforma agrária e mais um latifúndio retorna à sua função social de produzir sonhos e esperanças de um novo amanhecer, como o mesmo sempre gritava: ocupar, resistir, produzir, homens e mulheres livres.
Eli Azevedo, homem simples mas repleto de conhecimento, de tudo quanto já havia feito na vida, resolveu dedicar seus últimos dias de vida a cuidar da saúde do nosso povo preparando suas garrafadas e chás, descobrindo assim o valor da natureza para a saúde humana.
Esse sim podemos chamar de irmão, o irmão que a vida nos deu, sem medo de errar.
Seu Eli Azevedo faleceu no dia 28 de Julho de 2008, tornando-se mais uma vítima de atropelamento no trânsito de Parauapebas, deixando para trás um sonho para que seus companheiros e companheiras de lutas de lutas viessem concretizá-lo, o de ver seu filho Israel Pereira Barros (Miquinha), eleito vereador de Parauapebas, em especial da Palmares Sul. Meses depois veio a realização: com força, determinação e coletividade ele foi eleito como seu pai idealizou e sem esquecer os valores que e princípios que aprendeu com o pai.
Seu Eli costumava dizer ‘’Meus amigos inseparáveis são Parecida e Benedito’’ (faca e porrete), não para tirar vida, mas para cortar e amassar as ervas medicinais.
Em seus momentos de brincadeira costumava dizer: _‘’Quem come num prato só é tuberculoso.’’ e ‘’Tem quatro coisas que homem não deve fazer: casar com moça falada, fazer negócio sem ver, comprar terra em questão e votar no PSDB.’’_ Sábias palavras companheiro, vamos sempre nos lembrar desses teus ensinamentos e compartilhá-los com nossos filhos e netos desta tão sonhada revolução de princípios e valores que você deixou para os seus e também para os filhos da revolução humana.
Como dizia nosso Che Guevara: Pátria ou morte
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