Exerceber a profissão de jornalista no Brasil requer muita coragem. Com sete jornalistas assassinados no período de 2014-2015, nosso país é o quarto mais perigoso do mundo para a profissão. A América Latina, com 51 repórteres mortos no período, é a segunda região mais perigosa, ficando atrás apenas dos países árabes, que atravessam guerras civis e conflitos religiosos, segundo informe da Unesco divulgado nesta quarta-feira (02).
Um total de 115 jornalistas morreram no mundo todo, mais da metade (78) em países árabes, principalmente em conflitos na Síria, Iraque, Iêmen e Líbia. “Os meios e a liberdade de expressão estão em estado de sítio”, adverte a Unesco, em relatório publicado por ocasião da Jornada Internacional do fim da impunidade dos crimes contra os jornalistas.
A França, com o ataque contra a redação do semanário satírico Charles Hebdo (oito jornalistas mortos), fica em terceira posição, atrás da Síria (13 profissionais assassinados) e Iraque (dez). A seguir, o ranking segue com o Brasil, México e Sudão do Sul, com sete jornalistas mortos durante exercício da profissão. Já na Índia, Líbia e Filipinas são as próximas da lista, com seis repórteres assassinados em cada país.
Desde 2006, ano em que a Unesco começou a publicar o relatório a cada dois anos, a instituição registrou a morte de 827 jornalistas, ou seja, uma morte a cada cinco dias. A televisão é o meio mais afetado, com 35 mortos em 2014 e também em 2015. Em 2015, na Síria, 21 jornalistas ligados de sites na internet foram assassinados.
Impunidade em 92% dos casos
A Unesco lembra que, apesar da comoção que provoca a morte de um correspondente estrangeiro, cerca de 95% dos profissionais morrem em seu próprio país.
Os ataques contra jornalistas seguem globalmente impunes em 92% dos casos e menos de um caso entre dez é investigado por um tribunal nacional, lembra a agência da ONU, que lamenta que “isso deduz que, aconteça o que acontecer, não há justiça”.
(Com informações de RFI)
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