O ranking internacional elaborado pelo Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento na América Latina e Caribe (Unlirec, em inglês) reuniu casos de mortes por balas perdidas noticiados por veículos de comunicação de 27 países no período de um ano, entre 2014 e 2015.
Os três locais com maior número de ocorrências de acordo com o levantamento são, respectivamente, Brasil, México e Colômbia. Os resultados evidenciam o alto índice apresentado pelo Brasil, com 197 casos, dos quais 98 foram fatais.
A proliferação de armas e munições é apontada como um dos agravantes. Para Bruno Langeani, coordenador da área de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, o tipo de armamento utilizado pela polícia também é um fator que explica a quantidade de casos no país.
“Você tem uma importância grande das operações da polícia em favela, que é algo que está bastante em voga com a questão das Olimpíadas no Rio de Janeiro. A própria escolha de qual arma de fogo você compra para as polícias interfere na quantidade de casos de balas perdidas”, explicou.
O coordenador ressaltou ainda que a pesquisa foi feita com base em notícias veiculadas por jornais, pois no Brasil, por exemplo, não existe categoria “bala perdida” no registro de boletins de ocorrência. Segundo ele, mudanças nos protocolos de ações da polícia, associadas à maior atividade de apreensão de armas ilegais, pode diminuir o problema.
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