Marcos Pena, cineasta mineiro recriou a vila onde Chaves e seus amigos moram no curta metragem chamado “Moleque”, lançado esta semana no YouTube.
A “vila do Chaves” brasileira fica em uma comunidade de Santa Efigênia, bairro de Belo Horizonte (MG). Dirigido por Marcos Pena, fã de “Chaves”, “Moleque” mostra a chegada do garoto órfão ao cortiço e tem praticamente todos os personagens da série de TV, mas com nomes diferentes.
Chaves, no curta-metragem, é Moleque porque significa “Chavo” em espanhol (a série mexicana se chama “El Chavo”, mas o nome do garoto nunca foi revelado por seu criador, Roberto Gómez Bolaños). Quico virou “Fred” (adaptação de Frederico, nome original do personagem). Chiquinha, também chamada de Francisquinha, é Fran no filme.
Entre outras mudanças, Dona Florinda virou Flora e Seu Madruga, um dos personagens mais queridos pelos brasileiros, é Soneca. “Quando adaptaram Don Ramón [nome original de Seu Madruga] na dublagem brasileira, os dubladores achavam que ele tinha cara de sonolento. Adaptei para Soneca, mas ele se apresenta como Ramón”, afirma Marcos Pena.
Em “Moleque”, Chaves, Quico e Chiquinha são interpretados por crianças de verdade, ao contrário da série, em que adultos fizeram os papéis infantis. “A maior dificuldade foi adaptar essa história para a realidade brasileira, tirar a caricatura teatral da série, com adultos interpretando crianças, e transportar para uma vila real, com crianças de verdade”, explica.
Enquanto Soneca é muito parecido com o Seu Madruga da TV, Sr. Barriga é completamente diferente do ator mexicano Edgar Vivar. No curta, o cobrador (sem nome) é negro, não usa terno e ostenta correntes de ouro. Segundo Pena, ele foi inspirado em um mineiro que alugava casas em uma vila de Belo Horizonte.
Outros personagens, como Professor Girafales, Dona Clotilde, Nhonho e Jaiminho, o Carteiro, aparecem discretamente. O diretor quer produzir mais episódios assim que obtiver patrocínio.
O curta foi selecionado para festivais na Espanha, Argentina, Índia, Malta e Estados Unidos. Em breve, irá para a Bolívia. Também foi exibido em São Paulo e Pernambuco, porém o cineasta lamenta a falta de espaço em eventos brasileiros: “A temática infantil não é muito vista em festivais. Pessoal gosta mais de filmes ‘cabeça’ e não curte filmes para crianças”.
Pena sonha exibir seu filme no SBT. Em um de seus contatos com a direção da emissora, foi sugerido a Pena enviar o curta a Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños e responsável por “Chaves” após a morte do pai, em novembro de 2014. Para surpresa do cineasta, o mexicano assistiu ao filme e aprovou o conteúdo.
“Ele disse: ‘Gostei e está liberado’. Não preciso nem pedir direitos, porque curta-metragem não tem vínculo comercial. Falou: ‘Pode rodar onde você quiser, porque não é o Chaves, e sim uma adaptação’, comemora.
(Com informações do portal UOL)
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