Em uma tarde muito aguardada pela imprensa parauapebense, o prefeito Valmir Mariano convocou todos os veículos de informação para tentar esclarecer sobre as recentes denúncias sofridas pelo seu governo. Em um sistema simples de perguntas e respostas muitos tiraram suas dúvidas, porém outros questionamentos foram elucidados com muita obscuridade.
Com uma voz aparentemente calma, Valmir iniciou a coletiva agradecendo a presença da imprensa e ressaltou que sentia a necessidade de prestar esclarecimentos a todos.
O Zé Dudu começou indagando sobre a questão da energia elétrica que segundo a Celpa, várias faturas não tinham sido pagas e a energia estava quase para ser cortada. Valmir transferiu a responsabilidade para as secretarias, sendo que afirmou que cada uma é responsável pelo pagamento dos serviços que lhes cabem. Ele, o prefeito, não se esqueceu de mostrar a negativa de débito e afirmou que todas as informações a respeito do possível corte estavam equivocadas, porém se esqueceu de mencionar que à época da reclamação feita pela Celpa ao ministério público, existiam sim várias contas em atraso e o risco de corte de energia era iminente.
Élson Brito da Arara Azul lembrou uma frase do Dr. Nelson Medrado que afirmou que em Parauapebas existe um grupo de empresários que financiavam campanhas em troca de favorecimento nas licitações. De maneira muito curta e direta, Valmir disse que não tem interferência alguma nos processos e afirmou inclusive que todas as obras passam por processo licitatório.
Luiz Bezerra do Correio do Pará falou dos 200 milhões citados pelo Ministério Público, que segundo o próprio Valmir não é de seu conhecimento, e pediu que o prefeito citasse quais denúncias era do conhecimento dele. A responsabilidade dessa resposta foi dada para o procurador da cidade. Além de dizer que todo cidadão, empresário ou não, tem o direito de questionar e a justiça o dever de avaliar, disse também que os processos levantados remetem a um juízo de valor considerado por ele irresponsável, ou seja, disse com outras palavras que todos são considerados inocentes perante a justiça até que se prove através de julgamento legal que são de fato culpados.
Jornalista Zinho protestou sobre a distância que existe entre o governo atual do município e a imprensa local. Disse que isso é prejudicial para ambos, uma vez que tanto a imprensa fica sem a palavra do prefeito quanto o próprio prefeito acaba se prejudicando por não dar explicações. Sobre esse tema o prefeito admitiu sua falha e prometeu que vai melhorar essa questão. Zinho não parou aí, falou do procurador que ninguém conhecia e pediu a palavra do prefeito sobre o dia da operação Filisteu executada pelo Ministério Público. Valmir contou. E com certo pesar na voz, lembrou que bateram à porta de seu quarto no fatídico dia 26/05, puseram uma arma em sua cabeça e questionaram sobre uma possível arma, um cofre e um escritório. Depois do susto, o prefeito disse ter facilitado o processo de busca e apreensão da polícia do MP.
Pedro Nascimento pediu explicações sobre dois fatos muito marcantes nesse período de protestos, acusações e investigações: Sobre a posse da vice que foi impedida pela polícia de adentrar à prefeitura e sobre o ex-vereador João do Feijão que antes compunha a bancada de oposição ao governo, e em um belo dia amanheceu secretário de esportes do município de Parauapebas. O procurador Júlio Cezar tomou pra si a responsabilidade da primeira pergunta. Porém, além de não responder sobre o uso da força policial, acusou o ato dos vereadores de ser arbitrário, portanto sem validade. Sobre o segundo questionamento, o próprio Valmir se manifestou e lavou as mãos. Além de afirmar que existe uma disputa de poder e interesses entre os vereadores, disse também que alguns acabavam sendo agraciados e que também era uma escolha do ex-vereador, dando a entender que ele, o prefeito, não teve envolvimento com esse episódio.
Quando Valmir foi questionado sobre seu líder de governo, o vereador Odilon Costa, que está preso, portanto afastado do cargo, afirmou que já está ocorrendo processos para resolver nessa semana mesmo esse assunto.
O Chocolate do site Chocopeba, não deixou de falar sobre a questão dos hospitais inacabados. Além de pedir explicações do porquê de tanta demora, perguntou também se existe a possibilidade dele estar pronto esse ano ainda e também se ele pretende se candidatar a prefeito das próximas eleições de Parauapebas. Sobre ser candidato, Valmir disse que ainda é cedo pra pensar nas eleições, pois ainda tem um longo mandato a cumprir. Sobre os hospitais, Valmir culpou os aditivos que o projeto de construção recebia, disse que sempre estava sendo modificado para melhor atender aos desejos da população e como ele recebeu oito aditivos o Ministério Público impediu a finalização do prédio. Chocolate também perguntou sobre a situação da Orla, uma das principais bandeiras da campanha de Mariano. Valmir disse que várias correções de planejamento foram feitas e que por ser uma obra de grande importância, é necessário recurso externo e que as negociações já estão em andamento.
Depois de passar por uma sessão de “saia justa”, Valmir afirma não ser contra às investigações da GAECO, uma vez que acredita que todas as possíveis irregularidades devem ser apuradas, porém acha que os procedimentos adotados são exagerados. Para finalizar, Valmir convidou a todos para retornarem à prefeitura o mais rápido possível, pois disse que vai ser apresentado um vídeo contendo explicações detalhadas sobre o processo de desapropriação dos terrenos que já causaram tanto alvoroço em nossa cidade.
Apesar de que muitos não saíram satisfeitos com as respostas dadas, pelo menos agora tem a palavra do prefeito que a cidade precisa tanto ouvir. É uma novela que está longe do fim, e com certeza muitas surpresas aguardam nos próximos capítulos.
Redação do Chocopeba
Por Pedro Nascimento
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