Egocentrismo é o nome dado a uma pessoa que acha que o mundo gira a seu redor, que não enxerga a realidade da vida social e das necessidades de outras pessoas em relação as suas.
Pessimista é aquele que acredita que tudo vai mal. E, egocêntrico, pessimista e azarado é aquele sobre quem recai a lei de Murph: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.”
As coisas ruins não acontecem com frequência. Mas, chamam mais a atenção que coisas boas. E, se acontecem coisas ruins com a gente, um pouco mais que o normal, nos achamos as pessoas mais azaradas do mundo!
Quando cai um avião, todos entram em polvorosa. Parece até que vive caindo avião por aí. No entanto, segundo dados dos óbitos pelo mundo, morre mais gente de coco que cai na cabeça que de acidente de avião! Outro dia, descobri quer morrem mais pessoas cometendo suicídio que assassinadas neste mundo de meu Deus!
Conheci um cara com o apelido de “Já morreu”. Nasceu com 8 meses, tão doente, que disseram: “já morreu”. Mas o coitado insistiu em sobreviver. Raquítico, fraco, cheio de vermes, barriga grande! Aos 4 anos foi chifrado por uma vaca que abriu um buraco de 30 cm em sua barriga. “Já morreu”, disseram todos!
Nada! O moleque transgrediu as leis da medicina, assustou os médicos e foi insistindo em viver!
Aos 10 anos, foi atropelado por um caminhão. Quebrou perna, braço, perfurou o pulmão; “Já morreu”! Até os pais, tristes, não criam que o filho sobrevivesse! O peralta saiu do hospital 15 dias depois, saltitante em duas muletas, andando melhor que nas próprias pernas!
Depois disto, caiu num poço de 25 m de profundidade, afogou-se num rio e acharam o corpo no outro dia, mas vivo! Teve pneumonia, tuberculose, catapora, varíola, dengue, malária…
O apelido de “Já morreu” ficou! Era “Já morreu” pra lá, “Já morreu” pra cá! E o diabo achava graça em tudo!
Foi trabalhar na Usiminas! A “piãozada” fazia piadas com ele! Uma vez, ele estava trabalhando numa ponte suspensa a 15 m de altura! A ponte partiu. “Já morreu”, coitado, ficou pendurado gritando por socorro! Custaram a conseguir o guindaste para tirá-lo de lá. Quando conseguiram, ele despencou e se esborrachou no chão. Foi uma sangueira doida. As pessoas até evitavam de olhar! Agora tem jeito não! Já morreu! Disseram todos!
Levaram-no para o hospital. Não havia respiração ou sinal de vida. Os médicos, que o atenderam tantas outras vezes, pareciam não acreditar que aquela pobre criatura
estivesse ali de novo. E naquela situação! Quiseram mandá-lo direto para o necrotério! Então, a mãozinha sangrenta se mexeu! Os médicos ficaram mais assombrados que se tivessem visto o “Alien, o 8º passageiro da agonia”!
A fama do “Já morreu” ganhou o mundo! Ele queria trabalhar. Mas estava tão quebrado, ferido, costurado, que o aposentaram, aos 25 anos, à força!
“Já morreu” se engraçou com uma moça de uma família muito brava. Eles não queriam um “pé-na-cova” daqueles namorando a irmã caçula. “Já morreu” insistiu! Pegaram-no, bateram muito nele, deram-lhe 26 tiros! Fizeram uma cova funda, jogaram-no dentro. Antes de jogar terra, um dos irmãos da caçulinha encostou a arma na testa de “Já morreu” e puxou o gatilho! “Quero ver esta peste viver agora”, disse ele.
Acontece, que mesmo com 26 balas no corpo, “Já morreu” não tinha morrido!! Quando encostaram a arma na testa dele, ele encolheu um pouco a cabeça e a bala raspou-lhe o couro cabeludo! Depois que o enterraram, ele esperou um pouco, sangrando muito, conseguiu, umas 5 horas após cavar com os dedos em carne viva, sair da cova e ir, primeiro á delegacia denunciar os meliantes, e depois para o hospital! Não preciso nem dizer como os médicos o receberam!!
Tudo dava errado para o “Já morreu”!
Sei não… Mas certas coisas parecem acontecer só comigo! Não quero ser um “Já morreu”. Outro dia estava no banco. Lotado!. Analisei todas as filas, olhei o que as pessoas tinham nas mãos. Escolhi a fila. Quando foi a minha vez, veio um funcionário do banco com uns 15 idosos e entrou na minha frente! Tentei reclamar! Em vão! E as caras dos “melhores idades” me olhando?!
No supermercado, na minha vez, o papel agarra e tem que chamar o supervisor. E lá vou eu mudar de caixa!
Outro dia, com muita pressa, cortei caminho pelo Rio Verde, passando pela rua 14 e subindo pela Sol Poente. Tudo ótimo! Cinco e meia da tarde, trânsito ruim, mas eu estava indo bem. Quando retorno pela JK, um cortejo fúnebre! E ninguém me deixava atravessar!
Nunca dei sorte com chaves! Como sei que a última é que servirá, já procuro por ela. Mas não adianta! Só depois de experimentar todas é que acharei a que serve! Quando viajo de avião, não tem jeito! Só se sentam ao meu lado pessoas muito gordas, suadas, meninos endiabrados, catarrentos, flatulentos e gente que enjoa e vomita tudo!
E eu é que sou egocêntrico?? Coitado do “Já morreu”!
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