O lugar é lindo e encanta brasileiros e estrangeiros. Alter do Chão, no oeste do Pará, é a primeira entre os dez lugares com as praias mais bonitas do Brasil, segundo o jornal inglês The Guardian. O jornal também aponta o lugar como o mais bonito do mundo com praias de águas doces. Perfeita para relaxar, a natureza foi bem generosa com a vila de pescadores, que pertence à cidade deSantarém. O cenário é paradisíaco e guarda uma beleza única, já que suas praias são às margens do rio Tapajós.
De clima equatorial, quente e úmido, Alter do Chão é uma aldeia de pescadores com praias de areia fina e águas claras, e é o principal ponto turístico de Santarém. Em tempos de férias o ‘Caribe da Amazônia’, como também é conhecida, não pode faltar no roteiro de brasileiros e estrangeiros.
Alter do Chão é o lugar ideal para aproveitar o ‘verão amazônico’, que acontece entre os meses de agosto a dezembro. O mês de setembro é a melhor época para visitar a localidade, é quando o volume de água diminui e formam bancos de areia e praias, que ficam mais visível devido a vazante do rio Tapajós. A temperatura em setembro também fica mais amena.
Entre os espetáculos que a natureza proporciona em Alter do Chão está o encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas. As águas cristalinas do Tapajós se encontram com as águas barrentas do Amazonas, mas não se misturam, oferecendo aos visitantes momentos inesquecíveis de ser contemplar. O Rio Tapajós é o único entre os afluentes do Amazonas com águas cristalinas.
Localizada na margem direita do Tapajós, Alter do Chão fica cerca de 30 km de Santarém. O acesso é pela PA-457, que está pavimentada. Os visitantes também podem chegar até a vila de barco. O acesso por via fluvial leva cerca de 3 horas, pelo rio Tapajós.
Atrações variadas
Chegando na vila, os turistas podem fazer caminhadas ecológicas e visitar áreas onde avistam com tranquilamente os botos, espécie de golfinho de água doce. Alter do Chão tem boa infraestrutura turística, formada com boas pousadas e hotéis, postos de saúde, restaurantes, praias com barracas de comidas típicas e agências de turismo. A produção artística local também pode ser encontrado em lojas de artesanato, e em Alter do Chão está localizado o Centro de Preservação da Arte e Cultura Indígena, que é conhecido mundialmente como referência do legado dos povos da Amazônia.
No lugar também é possível fazer passeios de barcos e lanchas para os lagos e a Floresta Nacional do Tapajós. Um proposta interessante para o turista é ir até o Lago Verde ou ‘Mata Encantada’. De águas quentes e límpidas, no seu entorno existem praias de areia fina e branca e, assim como Alter do Chão, o lago é um exemplo de preservação ambiental.
O guia turístico Raimundo Sardinha, conhecido em toda vila como Jaca, é nativo de Alter do Chão e há 20 anos trabalha como guia no lugar. Para ele, não existe lugar mais bonito e encantador que a vila de pescadores. “Já visitei vários lugares e não tem lugar melhor que aqui. Temos o rio Tapajós de água cristalina. É sair dele sem precisar entrar no chuveiro”, comenta Jaca. O guia, famoso e procurado em Alter do Chão por conhecer todos os lugares da ilha, sustenta toda a família com o que ganha com turismo. Casado e pai de três filhos, Jaca garante que não pensa em deixar Alter do Chão. Vai continuar trabalhando com amor e dedicação.
Natureza intocada em praias desertas
A cantora paraense Maria Lídia define Alter do Chão como um ‘paraíso’. Nascida em Santarém e morando em Belém, Maria dá destaque para uma visita que fez à praia Ponta do Cururu. Segundo ela, encontrar botos na localidade é uma prática comum.”O que mais me impressiona em Alter do Chão são as praias não habitadas. Os botos chegam perto da gente. Em Alter dá pra fazer ecoturismo. Tem umas trilhas ótimas. A vista do Monte do Cruzeiro é maravilhosa. O Lago Verde e a visita à Floresta Nacional do Tapajó também são passeios que valem a pena.” indica Maria Lídia.
Lugar de descanso e lazer, Alter do Chão é a opção de férias para a família de Liandra Magno. Para ela, o marido Rui Magno e os filhos João Pedro e Rui Manoel, o cenário natural do lugar é o melhor lugar para se curtir as férias escolares e de trabalho.
A família toda de Liandra é paraense, mas ela garante que já visitou muitos lugares, e nenhum é mais bonito que Alter do Chão. Ela gostou tanto que se mudou de Belém para Santarém, para trabalhar e ficar mais perto da vila de pescadores. “Gostamos da beleza natural e locais rústicos de Alter do Chão. Há dez anos frequento a vila e indico o lugar, em especial os passeios de barcos que nos levam para conhecer outras praias. A diversidade do lugar é maravilhosa”, conta Liandra Magno.
História
Alter do Chão foi fundada no dia 06 de março de 1626, pelo português Pedro Teixeira. É a antiga aldeia dos Borari, que com a chegada dos jesuítas recebeu o nome de Missão de Nossa Senhora da Purificação. Como foi se desenvolvendo rapidamente, foi elevada à vila e em seis de março de 1758, por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, recebeu o nome de Alter do Chão. O nome é de origem portuguesa.
Com a beleza e o crescimento da vila, o lugar ao longo dos anos foi ganhando estrutura e encantando os visitantes e nativos. Hoje Alter do Chão é um dos lugares mais visitados do Pará.
Lago Verde
O passeio de canoa pelo lago verde, também conhecido como a ‘Floresta Encantada’ não pode falta no roteiro de passeio à Alter do Chão. Trata-se de mata de igapó que fica inundada durante seis meses por ano. O Lago Verde muda de cor durante o dia, de azul para verde. O passeio faz parte de um dos mais importantes roteiros de ecoturismo local e pode ser realizado entre os meses de fevereiro e julho.
Praias
Praia do Cajueiro
A praia do Cajueiro fica a dez minutos do centro da vila. Com estrutura para receber os turistas, no local podem ser encontrados os famosos bolinhos de piracuí e o tucunaré na chapa.
Praia de Ponta das Pedras
A praia de Ponta de Pedras fica cerca de 23 km da vila. Para chegar até lá basta seguir pelas Rodovias Fernando Guilhon e Everaldo Martins, que são pavimentadas. O acesso também pode ser feito pelo rio Tapajós. De formações rochosas, possui estrutura com barracas para a venda de comidas e bebidas.
Ilha do Amor
A praia Ilha do Amor é o cartão-postal da cidade, fica em frente à vila de Alter do Chão. Os visitantes fazem a travessia em barquinhos a remo. Em apenas cinco minutos os turistas podem desfrutar da beleza do lugar. Somente em novembro, quando as águas baixam é que é possível chegar até lá andando.
Ponta do Cururu
Próxima da Vila de Alter do Chão, está localizada na margem direita do rio Tapajós. Ela é para quem gosta de um lugar mais tranquilo, já que a praia é deserta e não oferece infraestrutura turística.
Sairé
Uma das festas culturais e religiosas mais tradicionais da Vila de Alter do Chão é o Sairé. Para ser ter uma ideia a festa religiosa é realizada desde o século 18. Na programação, procissões e manifestações folclóricas ao ritmo de carimbó. A festa é realizada na segunda quinzena de setembro. O ponto alto da programação é no Sairódromo, arena onde acontece a disputa entre os blocos que representam os botos Cor-de-Rosa e Tucuxi.
A apresentação dos botos é um espetáculo, onde duas associações de Alter do Chão contam a lenda do boto – um jovem e belo rapaz de vestes brancas e chapéu de palha na cabeça, que seduz a mais bela cabloca ou cunhâ – como são chamadas as moças da região. Todos os anos as associações escolhem uma temática para nortear a história da lenda amazônica do boto.
O Sairé é a mais antiga manifestação cultural da Amazônia. É uma mistura de religião e cultura, que conta com apresentações de danças, teatro, ladainhas, e tantas outras programações que encantam os turistas nacionais e internacionais.
Floresta Nacional do Tapajós
Depois de tomar banho nas águas do rio Tapajós, que é ácida por tanto repele os insetos, quem quiser pode fazer trilha, tomar banho de igarapé e conhecer as comunidades ribeirinhas que habitam a Floresta Nacional do Tapajós
Unidade de Conservação, o passeio precisa ser autorizado pelo Plano de Manejo da Unidade. As áreas permitidas para a visitação são Área Administrativa, Corredor Ecológico, Área Populacional, Área de Manejo Florestal Madeireiro, Área de Manejo Florestal não-madeireiro.
Chegando na Floresta, passeio que só pode ser feito com um guia turístico, o visitante pode aproveitar para fazer caminhadas, tomar banhos nos igarapés, visita áreas de projetos comunitários e de pesquisa, fazer passeios de canoa, e tantos outras atividades.
O acesso à Floresta Nacional do Tapajós somente de carro com tração, barco ou ônibus.
Gastronomia
A especialidade em Alter do Chão são os peixes dos rios Tapajós e Amazonas, como Tucunaré, pirarucu, tambaqui e surubim. Todos são servidos na chapa, na manteiga, em forma de moqueca ou à escabeche. O lema na vila é peixe, de todas as formas e sabores.
Um evento que movimenta a vila durante o verão amazônico é a Piracaia – peixe assado na brasa, e servido com farinha de mandioca e pimenta. O evento acontece nas noites de lua cheia na praia do Cajueiro.
Acesso à internet
Apesar da tranquilidade e de carros não terem acesso às suas praias, Alter do Chão está conectada com o mundo não apenas pela visita de turistas estrangeiros, mas por ter acesso à internet. Foi instalado na vila dois pontos de acesso à internet. Um na Praça do Sairódromo, onde acontece a disputa entre os botos do Sairé, e outro na orla da Praia Ilha do Amor. Os pontos possibilitam o acesso em um raio de até 150 metros.
Os visitantes da Ilha do Amor, localizada em frente à vila de Alter-do-Chão, também podem acessar a internet já que grande parte da Ilha está coberta com tecnologia Wi-Fi. Moradores e turistas podem acessar a rede através de computadores ou qualquer dispositivo móvel, como celulares e tablets. O acesso é totalmente gratuito, e permite que os turistas compartilhem, em tempo real, a beleza do local através das redes sociais.
Fonte: Do G1
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