Em boa parte do Campeonato Paulista, o Corinthians até teve bons resultados, mas decepcionou seu torcedor com pouco repertório e um futebol nada vistoso. Agora, a três jogos da conquista de seu 31º título estadual, o Timão vence, convence e ainda mostra margem para crescimento.
Dominante na goleada por 4 a 1 sobre a Inter de Limeira, o Corinthians apresentou bom jogo coletivo, que faz com que talentos individuais despontem. Como já tinha dado para notar nas partidas contra São Paulo e Sport Huancayo-PER, o esquema com três zagueiros potencializa os pontos fortes de alguns atletas, como Fagner, Lucas Piton e Luan, entre outros.
Com três zagueiros, o Corinthians não só fica mais sólido defensivamente como também passa a ser um time mais leve e envolvente no ataque.
Boa parte disso se deve à participação dos laterais na construção ofensiva. Eles resolveram um velho problema da equipe. Há mais de um ano o Timão vinha tentando encontrar soluções para os lados do ataque, fazendo insistente trocas de atletas, a maior parte sem êxito.
Nesta formação, Fagner e Lucas Piton seguem com obrigações defensivas, mas têm muito mais liberdade para irem à linha de fundo e oferecerem opções de passe e finalização. O primeiro gol, com assistência do ala esquerdo para o direito marcar, ilustra isso bem. Veja abaixo:
Fagner foi quem mais deu passes no jogo, 41 completos e 18 interceptados.
Piton foi o segundo jogador que mais acertou passes do Corinthians na partida: 44, apenas um a menos do que Gabriel, outro que teve boa atuação na “Sessão da Tarde” desta terça.
A mudança tática também tem participação no resgate de Luan. É difícil quantificar o tanto que o novo esquema influenciou na melhora do camisa 7, mas o desempenho e os números dele com três zagueiros são animadores: em três jogos, fez três gols e deu uma assistência. Poderia ter sido até mais se os companheiros – e o próprio meia – não tivessem desperdiçado chances e se o árbitro não tivesse anulado gol dele em lance extremamente duvidoso.
Além do placar elástico, as estatísticas do jogo não deixam dúvidas sobre a superioridade alvinegra diante da Inter de Limeira:
- Posse de bola: 61% x 39%
- Finalizações: 17 x 5
- Passes certos: 403 x 263
- Passes errados: 75 x 91
- Escanteios: 7 x 5
- Desarmes: 29 x 17
Embora três dos quatro gols tenham saído no segundo tempo, o desempenho do Corinthians foi melhor no início do jogo, quando foi rápido e agressivo com a bola, marcou o adversário no campo de ataque e praticamente não deixou a Inter se aproximar do gol de Cássio.
Tranquilos como se já fossem veteranos, os jovens Raul e João Victor arriscaram alguns avanços com a bola e qualificaram a transição da defesa para o ataque. Ainda há correções a serem feitas quando o time está sem a bola, mas isso é natural por conta da mudança recente e do pouco tempo de treinamento.
O entrosamento também pode dar mais protagonismo a Cauê no comando do ataque. Porém, vale ressaltar que, mesmo não tendo passado em branco, o centroavante desempenhou importante papel tático, saindo da área para oferecer opções de passe e dificultando a saída de bola da Inter.
A entrada de Mateus Vital e/ou Gustavo Mosquito também é uma alternativa interessante para Mancini.
Fato é que o Corinthians, enfim, ganhou uma cara e chega forte à semifinal. Pode ainda não ser o favorito, mas independentemente de quem enfrentar, também não será azarão.
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