E vão três. Depois de 2008 e 2013, a FIFA voltou esta segunda-feira a considerar Cristiano Ronaldo o melhor jogador do mundo. O português igualou Zidane, Cruyff, Van Basten e Platini.
Ronaldo foi pela terceira vez o jogador mais votado na corrida à Bola de Ouro da FIFA
Hat-trick já poderia servir de cognome. A pisar um relvado, afinal, Cristiano Ronaldo é um especialista: esta época leva três marcados e, desde que aterrou em Madrid, em 2009, conseguiu marcar três golos em 27 partidas que realizou com o Real. É muito. E agora, fora de campo, o português conseguiu esta segunda-feira em Zurique, na Suíça, receber o terceiro exemplar da mesma distinção — a Bola de Ouro. Ou melhor, o prémio com que a FIFA reconhece anualmente o melhor jogador de futebol do mundo. “Nunca pensei ganhar três vezes esta bolinha”, sublinhou, após receber o prémio.
É a terceira vitória de Ronaldo. Ele que já vencera o troféu em 2008, ainda ao serviço do Manchester United, e em 2013, com o Real Madrid. O português, com esta vitória, iguala o feito de Zinedine Zidane — último jogador europeu a conquistar o prémio da FIFA em três ocasiões (1998, 2000 e 2003), antes de a distinção se fundir, em 2010, com a Bola de Ouro, prémio até então atribuído pela revista France Football. À sua frente, agora, fica apenas uma pulga argentina, Lionel Messi, que conquistou o prémio quatro vezes consecutivas, entre 2009 e 2012. “Espero apanhar o Messi para o ano. Já o disse que quero ficar na história como o melhor”, admitiu Cristiano Ronaldo, quando subiu ao palco para receber o troféu e discursar: “É uma sensação única. É o culminar de um ano fantástico no Real Madrid. Estou muito feliz. É o nosso trabalho que está em jogo e a minha ambição é sempre estar no auge e ganhar.”
“Estou a ver se vejo o meu filho, a minha família, a minha mãe. Quero agradecer a todos os que votaram em mim. Ao meu treinador, os meus companheiros, o meu presidente, toda a massa associativa do Real Madrid. Foi um ano inesquecível para mim. Ganhar um troféu com esta dimensão é único. Estou muito feliz. Vai-me dar motivação para trabalhar mais” – Cristiano Ronaldo
E muito pode agradecer aos recordes. Não se fala de outra coisa. São recordes, muitos, e número tem aumentado rápido, sem demora. Porque houve alguém que juntou o pé direito, o canhoto e a cabeça numa calculadora que só sabe multiplicar — e cuja pilha parece não ter fim. O fabricante é português e o exemplo único da máquina chama-se Cristiano Ronaldo. Com os anos o extremo trocou as fintas bonitas pela beleza dos golos que, em 2008 e 2013, já lhe deram uma bola revestida a ouro para levar para casa. Esta segunda-feira ficou com uma terceira.
Passou um ano, o de 2014, a fazer por isso. Até 31 de dezembro foram 56 os golos que marcou. Pelo meio reservou 17 só para a Liga dos Campeões, que conquistou com o Real Madrid, e, lá está, estabeleceu um recorde. Outros 31 serviram-lhe para ser o pichichi (melhor marcador) da liga espanhola e receber a Bota de Ouro europeia. No final do ano tornou-se no mais rápido jogador a chegar a marcar 200 golos na La Liga (178 jogos). Mais um recorde. E (só) na época atual já muitos, mesmo.
- A 4 de janeiro a série de 22 vitórias seguidas do Real Madrid terminou. A equipa foi a Valência perder (2-1), não sem antes Cristiano Ronaldo marcar um golo, de penálti, que o tornou no primeiro jogador da história a fazer pelo menos 25 golos na liga espanhola em seis temporadas seguidas.
- A 6 de dezembro, e tudo no mesmo jogo, diante do Celta de Vigo, o português marcou o 23.º hat-trick na liga espanhola e superou a marca de Alfredo di Stéfano (tem no total 27 marcados pelo Real Madrid, faltando-lhe um para igualar a marca que também pertence à falecida lenda do clube). Com esses golos conseguiu também chegar aos 200 marcados no campeonato espanhol, tornando-o no jogador que menos jogos precisou para alcançar a marca.
- Antes, em outubro, outro golo, este marcado ao Barcelona, fez Ronaldo bater um recorde Férenc Puskas, ao marcar por 15 vezes em sete partidas consecutivas.
- Ronaldo marcou 17 vezes nas primeiras dez jornadas da La Liga. Algo, até então, inédito.
- Com o golo que marcou ao Eibar, a 22 de novembro, o português passou a ser o único homem a fazer golos contra todas as equipas que já defrontou no campeonato espanhol.
A ideia, portanto, é a mesma. Escrever sobre Cristiano e recordes é repetiréne vezes a palavra “golo”. Não há como o evitar. Até foi no início de 2014 que o português chegou aos 400 marcados na carreira, a 6 de janeiro, um dia após Eusébio falecer. O mesmo se poderia e pode dizer caso o tema do texto mudasse para Lionel Andrés Messi Cuccittini, o pequeno craque argentino, com quem Ronaldo partilha relvados espanhóis desde 2009, ano em que aterrou no Real Madrid
Agência Lusa
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