No primeiro dia de trabalho, o prefeito pede pressa para tirar a saúde de Parauapebas do caos em que se encontra.
O prefeito Darci Lermen (PMDB) deverá decretar estado de emergência da saúde pública de Parauapebas. A decisão promete ser tomada nesta terça-feira, 3, após reunião com a equipe de governo. A emergência é para que a prefeitura possa agilizar tomada de decisões para resolver sérios problemas da saúde no município.
Logo após empossar a sua nova equipe de governo, Darci Lermen decidiu conhecer de perto a realidade de quem precisa da saúde no município. Pela manhã, ele visitou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Policlínica e, à tarde, o Hospital Municipal (HMP) e o Hospital Geral de Parauapebas (HGP), ao lado do Secretário de Saúde, Dr. Francisco Cordeiro, e do Diretor-geral do HGP, Dr. Vinícius Ávila.
Diante do que viu e do que ouviu de médicos, enfermeiros e de pacientes, o prefeito pôde constatar a gravidade da situação. “Quem está doente tem pressa; quem está com dor tem pressa. Precisamos entrar com medidas rápidas, severas e seguras”, frisou Darci Lermen, para acrescentar que não pode esperar até a próxima segunda-feira, por exemplo, para comprar oxigênio para a UPA, onde o material chegou ao limite. “O oxigênio que temos hoje é só para urgência”, informou o enfermeiro-chefe da Unidade, Manoel Wilson Carvalho.
Na UPA, além da falta de materiais, o Raio-X somente pode ser usado em casos bem específicos devido a problemas, o laboratório está funcionando com limitações, a central de ar da recepção está queimada há meses, o consultório ortopédico jamais atendeu alguém, um gerador de energia de 260 kVA está parado e faltam médicos para cuidar da população. Sem infraestrutura que garanta o pleno funcionamento da unidade de saúde, o atendimento à população está limitado – a entrega de fichas é encerrada às 17h00.
Na Policlínica, os problemas se repetem. Os núcleos de Saúde da Mulher e de Oftalmologia estão desativados, foi suspenso o atendimento às crianças com deficiência antes atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e quase 700 pessoas estão na fila à espera de fisioterapia devido à falta de médicos. Inaugurada em junho de 2016 prometendo oferecer 17 especialidades médicas, a Policlínica, a exemplo da UPA, agoniza com o mau gerenciamento, o que Darci Lermen quer reverter de imediato.
Ambas as casas de saúde sequer recebem verba federal porque até hoje não foram habilitadas pelo Ministério da Saúde. “Cuidar da saúde é uma questão de honra para nós”, disse o prefeito, que elogiou a estrutura física da UPA e da Policlínica. “A estrutura é boa e muitas coisas me parecem simples de serem resolvidas. Depende da boa vontade para fazer acontecer”, observou Darci, para quem “é até covardia com o povo” manter subutilizado um espaço que oferece todas as condições de atender bem a população.
Já no Hospital Municipal de Parauapebas o cenário é deprimente, com pacientes espalhados pelos corredores e amontados nas enfermarias, sem que recebam o mínimo de conforto num calor incessante. Ao prefeito, reclamaram que chegam a comprar material do próprio bolso, como esparadrapo e seringas. “O descaso é muito grande”, constatou Darci Lermen.
Enquanto as pessoas sofrem no HMP, onde faltam leitos, o Hospital Geral ostenta ao menos oito enfermarias – cada uma com quatro leitos – totalmente fechadas. A UTI infantil, com seis leitos, também não recebe pacientes. Somente foi aberta ontem com a visita do prefeito. Outras dez UTIs, para adultos, contam atualmente com apenas dois pacientes. Funcionários relataram a Darci Lermen que o HGP se recusa a receber pacientes do hospital municipal frente à política de atendimento adotada pelo Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), contratado ano passado por R$ 96 milhões para gerenciar a instituição.
Contudo, o diretor-geral do HGP, Dr. Vinícius Ávila, deixou claro durante a visita que não vai mais aceitar essa situação, enquanto o Secretário de Saúde, Dr. Francisco Cordeiro, sinalizou que a prefeitura irá encerrar o contrato com o Gamp. A meta agora, assegurou o secretário, é tornar a saúde de Parauapebas referência em toda a região sul e sudeste do Pará. “Vamos abrir as portas do Hospital Geral de Parauapebas para a população”, frisou Dr. Francisco Cordeiro.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Parauapebas (ASCOM)
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