O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Amazonas Rafael de Araújo Romano (foto) foi acusado de abusar sexualmente de sua própria neta.
Os abusos, segundo a mãe, começaram quando a menina tinha 7 anos e seguiram até os 14 anos. A defesa do desembargador diz que ele nega com veemência as acusações.
A vítima hoje com 15 anos de idade resolveu revelar a série de abusos sofridos a mãe, a advogada Luciana Pires, que protocolou denuncia no Ministério Público Estadual (MP-AM) relatando a violência sexual que sua filha havia sofrido pelas mãos do avô paterno.
O advogado de defesa do magistrado diz que o cliente nunca faria mal a neta e as acusações são fantasiosas. José Carlos Cavalcanti, disse que a preocupação de Romano é com a exposição desnecessária da adolescente perante toda essa situação.
Confira o desabado da advogada:
Rafael Romano já foi responsável pelo Juizado Cível da Infância e da Juventude, em Manaus, e além disso foi relator de processos de grandes destaques na Justiça do Estado como o caso do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, condenado por pedofilia. E também atuou na operação Estocolmo, que culminou em uma ação conjunta da Polícia Federal e Polícia Civil do Estado do Amazonas, que desarticulou um esquema de exploração infanto-juvenil envolvendo grandes empresários locais e políticos.
A mãe da adolescente relatou à Rede Amazônica que soube da situação pela própria filha no dia 8 de fevereiro. Ela relatou que visitava uma amiga em um hospital quando a filha decidiu revelar a situação.
“Ela disse que tinha uma notícia muito grave para me contar. Ela disse ‘meu avô está me molestando desde que eu era pequena’. Tomei um susto, precisei respirar, fiquei completamente sem chão”, disse a mãe.
A adolescente, segundo a mãe, relatou que os abusos começaram por volta dos 7 anos. “Ela diz que toda vez que ela ia ao banheiro, que ele ajudava na limpeza ou que ele ia dar banho nela, ele sempre ficava muito tempo passando a mão nela”, contou.
Na tarde quarta, a advogada publicou um texto nas redes sociais onde expõe a denúncia e chama o ex-sogro de monstro horroroso e pedófilo.
“Não tem coisa pior que um pedófilo abusando da sua filha. E pior que isso, um pedófilo que é avô dela, que vivia na minha casa, eu cozinhava pra ele, eu deixava o meu quarto pra ele dormir na minha casa, enquanto eu tava preparando o almoço ele abusava da minha filha no quarto”, relatou.
O advogado de Romano, José Carlos Cavalcanti Junior, disse à Rede Amazônica que o desembargador é inocente.
“Ele nega com veemência todos os fatos que estão sendo expostos nos depoimentos que a neta prestou. Inclusive, a maior discussão do doutor Rafael é que a linha de argumentação que está sendo apresentada pela neta não condiz com o relacionamento que ele tinha com ela e que tem com todos os outros netos. Sequer o fato de ela narrar cronologicamente cada episódio é, para nós que militamos no direito, normal”, disse.
O advogado relata ainda a preocupação do avô com a exposição da neta após a repercussão do caso.
“[Ele está] muito abalado em relação ao que aconteceu, como aconteceu, mas disposto a, em família, combater essa violência. A família tem em mente, sempre, preservar a menor. É interesse deles que ela saia minimamente machucada dessa situação, o que já é impossível dado aos atos da mãe, à exposição que a mãe deu a esses fatos. Ela poderia ter feito a denúncia preservando a filha. [Mas] tornou pública a filha, e isso vai ser explorado, infelizmente. A família teme, exatamente, esse tipo de ação”, disse o advogado.
A mãe diz que não está expondo a filha, mas o suposto abusador.
“Ela hoje é justiceira, porque ela está pedindo justiça não só pra ela, mas pra todas as meninas que passam por isso e ficam caladas, sofrendo caladas”, disse a mãe.
De acordo com o Ministério Público, mãe e filha foram ouvidas na quarta-feira na Procuradoria-Geral de Justiça. O órgão informou que deve convocar uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (22) para falar do assunto.
A foto de capa do perfil da advogada no Facebook, desde o meio desta semana, exibe um banner de combate à pedofilia.
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