Leonardo Sakamoto – Talvez você nem saiba, mas está comprando gato por lebre na internet. Descobrir que uma notícia circulando é falsa nem sempre é simples e mesmo profissionais de comunicação experientes caem em armadilhas. Mas manter-se sempre atento e refugiar-se no alto do seu ceticismo é fundamental. Por isso, trago algumas dicas que podem ser úteis para testar a credibilidade de sites e páginas que querem te usar como massa de manobra.
1) Verifique se o veículo que traz a notícia pertence a uma empresa, pessoa ou organização conhecidas. Não que isso seja um atestado de credibilidade, mas uma pessoa jurídica ou física que corre o risco de pagar altas indenizações tende a tomar mais cuidado do que um site fabricado de última hora que se mantém anônimo.
2) Evite páginas que não trazem a pessoa ou equipe que produzem o conteúdo. Quem dá a cara para bater é mais confiável. É claro que há páginas na rede com difamadores que usam pseudônimos para fugir de punições. Não dá para zerar o risco, mas checar se a pessoa da qual você compartilha sempre textos existe mesmo vale a pena.
3) Se você acha que se informa o suficiente apenas lendo um título, por favor, não compartilhe nada nessa vida. Um título bombástico pode esvaziar feito uma bexiga furada ao você ler o texto e perceber que nada o sustenta.
4) A foto que acompanha a notícia é nova ou antiga? Ela foi descontextualizada, ou seja, ilustra outra coisa diferente e está sendo distorcida para servir ao propósito do texto falso? Dá para perceber que ela foi alterada no Photoshop?
5) Desconfie de textos que não trazem fontes confiáveis, como entrevistados e pesquisas de instituições conhecidas, para defender as informações e números divulgados.
6) Muita gente não faz diferença entre um texto opinativo e um narrativo. No jornalismo, os dois têm seu valor, mas informação precede opinião. Desconfie de textos que querem se fazer passar por notícias, mas são opinião pura. Exija provas.
7) Links para documentos, áudios, vídeos e imagens não são, necessariamente, provas. Eles precisam trazer dados novos e relacionados à denúncia e, acima de tudo, precisam fazer sentido. Muitos difamadores colocam esses elementos porque sabem que a maior parte das pessoas nem vai clicar neles, achando que existem provas irrefutáveis simplesmente porque estão lá.
8) Ao ver uma denúncia cabulosa em um site ou página obscuros, verifique se algum veículo de comunicação mais conhecido, progressista ou conservador, deu também. Desconfie de notícias que circulam apenas entre sites anônimos e grupos de WhatsApp. Muitas vezes esses sites e grupos pertencem às mesmas pessoas que produziram o texto falso.
9) A população sabe escolher entre uma alface boa e uma ruim na feira, mas não foi educada (e isso deveria fazer parte do currículo escolar) para identificar o que são argumento falsos. Se soubesse, condenava algumas páginas e sites ao esquecimento. Sobre formas de pegar um argumento falso, sugiro este texto que publiquei aqui.
10) Por fim, lembre-se: uma notícia não é verdadeira simplesmente porque você concorda com ela ou porque ela reforça sua visão de mundo. Eu sei que é bom quando o mundo diz que estamos certos, mas a vida não é conto de fadas. Aprender a consumir informação com a qual não concorda, mas que tenha qualidade, porque ela ajuda a explicar o mundo em que você vive, acredite, é sinal de maturidade.
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/05/29/dez-dicas-para-descobrir-se-uma-noticia-e-falsa/
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