Grande campeão de reclamações no Pará, o setor de energia elétrica foi responsável por 8.349 atendimentos na Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PA) ao longo de 2014. Ao todo, 27.042 pessoas procuraram o órgão no Estado para fazer reclamações relacionadas ao direito do consumidor. Os dados são do Ministério da Justiça.
Reunindo informações sobre as principais demandas apresentadas pelos consumidores aos Procons integrados ao Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) do Ministério da Justiça, o boletim destaca os assuntos e também as empresas que foram as mais demandadas ao longo do último ano. Acompanhando os assuntos que ficaram nas primeiras colocações do ranking de todo o Brasil, o Estado também apresenta os temas telefonia fixa, telefonia celular e banco comercial entre os quatro mais reclamados. A diferença está apenas na primeira colocação que, diferente do apresentado no ranking nacional, foi ocupada pela energia elétrica no Pará.
Pela primeira vez na espera de atendimento no Procon do Estado, o funcionário público Hernandes Neves detinha nas mãos os documentos necessários para protocolar uma reclamação justamente relacionada à energia elétrica. “Eu já acionei todos os mecanismos, mas não consigo resolver. Então resolvi vir no Procon formalizar a reclamação”, explica o consumidor, que não hesitou em buscar a garantia de seus direitos. “Às vezes o consumidor acaba aceitando as coisas passivamente e não pode ser assim. A gente tem que buscar nossos direitos, informar os órgãos competentes sobre o que está acontecendo porque isso ajuda, inclusive, pra que não aconteça a mesma coisa com outros consumidores”.
Enfrentando problemas com a cobrança do telefone fixo, a reclamação protocolada pela nutricionista Amanda Brandão na última quinta-feira diz respeito ao tema que ocupa o segundo lugar no ranking dos assuntos mais demandados no Pará em 2014. Habituada a pagar uma média de R$300 pela conta do telefone, ela viu a cobrança saltar de repente para R$800 sem que conseguisse identificar uma explicação. “Eu estranhei porque a gente sempre mantém uma média e quando verificamos o histórico de ligações feitas, vimos problemas”, conta, reforçando que já tentou solucionar o problema com a própria operadora. “Eu tenho uns seis protocolos de tentativas que eu fiz de solucionar o problema. Já troquei o aparelho de casa, já fizeram vistoria e não identificaram nada, mas a conta continua vindo nesse valor”.
Ainda que também procurasse o órgão de defesa do consumidor pela primeira vez, Amanda já tinha a esperança que o problema pudesse ser solucionado a partir da formalização da reclamação. “Hoje em dia é muito importante o consumidor buscar seus direitos até porque, pelo o que eu pesquisei, isso tem dado resultados”, acredita. “A minha mãe já conseguiu resolver um problema depois de fazer uma reclamação, então eu acho que dá resultado sim”.
(Diário do Pará)
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