A enxaqueca é uma das doenças mais frustrantes que se pode ter: não existem remédios específicos para esse tipo de dor. A maioria dos tratamentos é “emprestado” de outros problemas e o que funciona para uma pessoa não funciona para a outra. No meio dessa confusão, a neurologista Suzanne Hagler começou a perceber uma relação entre falta de vitaminas e a enxaqueca.
A pesquisadora trabalha no Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, e lida especificamente com crianças e adolescentes com diferentes tipos de dor de cabeça. Lá, conduziu um estudo comparando déficits de vitaminas específicas e crises de enxaqueca.
Hagler notou que a maioria dos pacientes com enxaqueca também tinha níveis baixos de vitamina D, vitamina B2 (riboflavina) e a coenzima Q10. Essa última não é uma vitamina – nosso corpo é capaz de produzi-la sozinho – mas quando envelhecemos, a produção cai e dependemos mais da Q10 absorvida na alimentação.
Na amostra da pesquisa, de todos os pacientes com enxaqueca, as meninas tinham mais chances de apresentar deficiências da coenzima Q10 – e vale lembrar que as mulheres são 3 vezes mais afetadas pela doença que os homens. Eles, por outro lado, apresentavam níveis mais baixos de vitamina D.
A relação com as substâncias também variavam com o tipo de enxaqueca – o tipo crônico, em que o paciente sofre com dor mais de 14 dias por mês, estava associado com a queda na B2 e na Q10. Já a enxaqueca episódica (em que as crises podem acontecer várias vezes ao mês e durar até 72h) não tinha uma ligação tão forte com os nutrientes.
Embora estudos anteriores já houvessem encontrado indícios de relações entre enxaqueca e vitaminas, usar suplementos dessas substâncias não teve resultados claros para prevenir as crises.
No experimento de Hagler, os pacientes que receberam suplementação também tomaram remédios tradicionais (afinal, ninguém vai para o hospital se não for para acabar com a dor). Com isso, fica faltando um estudo de longo prazo para entender se equilibrar a quantidade de vitaminas no corpo do paciente diminui a frequência das crises.
Ainda assim, esclarecer detalhes sobre as causas da enxaqueca é essencial para encontrar tratamentos mais eficazes – e fazer com que o tema deixe de ser uma dor de cabeça para os médicos.
Veja o vide-o aqui
Comentários com Facebook