O Ministério Público do Estado do Pará, por meio do 4º Promotor de Justiça de Combate à Improbidade Administrativa de Parauapebas, Alan Pierre Chaves Rocha, ajuizou ação penal em desfavor de um ex-presidente da Câmara Municipal de Parauapebas, Luiz Alberto Moreira Castilho, e de um ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação da Câmara Municipal, pelo crime de fraude a procedimento licitatório.
O fato se refere a procedimento licitatório que teve como objeto a contratação de empresa especializada no serviço de publicidade para a execução de serviços de divulgação, compreendendo a criação, produção, distribuição, veiculação e controle de campanha institucional e publicitária da Câmara Municipal de Parauapebas. Os fatos chegaram ao Ministério Público por representação formulada pelo Sindicato dos Representantes de Agência de Propaganda do Estado do Pará (SINAPRO).
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Segundo consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público, o ex-presidente da Câmara Municipal e o ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação, em unidade de desígnios e comunhão de tarefas frustraram o caráter competitivo do procedimento licitatório, inserindo clausulas que afastavam interessados na contratação.
Na análise dos documentos verificou-se que o item 1.1.6 B do referido edital de licitação determinava que os licitantes deveriam demonstrar a capacidade de atendimento, com uma planilha de quantificação e qualificação, em currículo reduzido, dos profissionais que poderiam ser colocados à disposição do contrato. Este ponto fragilizava a vinculação à proposta, considerando que o licitante poderia utilizar o currículo de renomados profissionais na proposta, no entanto, durante a execução do contrato, utilizar profissional menos qualificado e com melhor preço.
Já os itens 14.3 e 14.4 conduziam à inviabilidade do contrato, autorizando desconto do preço pelo licitante, com relação aos custos internos. No entanto, com relação aos custos externos (contratação de profissionais), o edital somente previa limitação sobre o percentual máximo, e não sobre os descontos concedidos, avaliou o Ministério Público. Neste ponto, a norma padrão do Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário (CENP), em seu item 3.6.1 regula que os suprimentos externos terão seus custos orçados junto a fornecedores especializados, selecionados pela agência ou indicados pelo anunciante.
A Promotoria constatou que a forma prevista no edital não apenas desafiava as normas do Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário (CENP), mas conduziam ao lucro zero no contrato, tornando-o inviável e afastando possíveis interessados na contratação pública.
O Ministério Público ofereceu a denúncia pelo crime previsto no art. 90 da lei n. 8.666/93 (fraude a procedimento licitatório), por haver materialidade delitiva e indícios de autoria. A ação penal será agora avaliada pelo Poder Judiciário.
Texto: 4ª PJ de Combate à Improbidade Administrativa de Parauapebas, com edição da Ascom
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